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EMPAGLIFLOZINA REDUZ EVENTOS ARRÍTMICOS E MELHORA O TRANSIENTE DE Ca2+ EM CARDIOMIÓCITOS DE RATOS COM LESÃO INDUZIDA POR HIPÓXIA

Silva dos Santos D, Turaça LT, Venturini G, Coutinho KCS, Kasai-Brunswick TH, Campos de Carvalho AC, Girardi AC
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, IBCCF da UFRJ - Rio de Janeiro - RJ - Brasil, CENABIO da UFRJ - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Introdução: Os inibidores do co-transportador de sódio-glicose 2 (iSGLT2) representam uma nova classe de fármacos antidiabéticos que reduzem o risco de eventos cardiovasculares, independente da presença ou ausência de diabetes do tipo 2. No entanto, os mecanismos moleculares subjacentes a este benefício ainda não foram elucidados. O presente estudo visou testar a hipótese de que o iSGLT2 empagliflozina (EMPA) modula a atividade elétrica cardíaca e a homeostase do Ca2+, bem como altera vias metabólicas e enzimáticas de miócitos ventriculares com lesão induzida por hipóxia. Métodos: Os cardiomiócitos isolados de ratos neonatais submetidos à hipóxia química (200 µM CoCl2) ou normóxia foram incubados com EMPA (1 µM) ou veículo por 24 horas. Os registros eletrofisiológicos foram obtidos utilizando o sistema de matriz de multieletrodos (MEA) e microletrodos intracelulares. Os transientes de Ca2+ citoplasmático foram investigados por meio da marcação com Fura-2. O padrão de expressão de proteínas do ciclo contrátil foi avaliado por PCR em Tempo Real e Western Blotting. A análise metabolômica foi realizada utilizando cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa. Resultados: Comparando com o veículo, a análise do MEA mostrou diminuição significativa na duração do potencial de campo no grupo EMPA, em ambas as condições. A EMPA também reduziu a duração do potencial de ação com 30%, 50% e 90% de repolarização em hipóxia e normóxia. Não foram observadas diferenças na amplitude e no potencial de repouso da membrana. Os registros de potencial de ação também demonstraram que o percentual de células arrítmicas foi menor no grupo EMPA, em ambas as condições (hipóxia: 19% vs. 10%; normóxia: 7% vs. 3%). Além disso, a EMPA aumentou a amplitude do transiente de Ca2+. No entanto, não foram observadas diferenças na expressão de canais iônicos e proteínas cardíacas responsáveis pela propagação do potencial de ação e atividade contrátil. A análise metabolômica mostrou que a EMPA reduziu metabólitos da via glicolítica (frutose-1-6-bifosfato, ribose-5-fosfato e piruvato) e do ciclo do ácido tricarboxílico (citrato, succinato e malato) em normóxia, e da via de nitrificação (hidroxilamina) em hipóxia. Conclusão: Esses resultados sugerem que a EMPA modula a atividade elétrica, reduz eventos arrítmicos e aumenta o transiente de Ca2+, que podem contribuir para os efeitos cardioprotetores dos iSGLT2. Mais estudos são necessários para validar o efeito direto do iSGLT2 na melhoria do metabolismo cardíaco e na redução do estresse oxidativo. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq.

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