A quantidade de biofilme dental em pacientes de UTI aumenta com o tempo de internação, assim como também ocorre maior prevalência de patógenos respiratórios que colonizam o biofilme bucal que, quando bronco aspirado eleva a probabilidade de pneumonia adquirida no hospital. Identificar as doenças bucais que acometem essa população, orienta a equipe de odontologia no planejamento de ação. Assim, o objetivo do estudo foi caracterizar a condição bucal de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor – HCFMUSP) .
Analisamos a condição de saúde bucal de 94 indivíduos adultos entre os meses de maio a novembro de 2019, por meio de busca ativa. As 35 mulheres avaliadas apresentaram média de idade de 54,5 anos, enquanto os 59 homens a média foi de 55,5 anos. Observamos prevalência de edêntulos, do gênero masculino com ensino fundamental incompleto. Em relação ao Índice de higiene oral simplificado, o melhor índice foi observado em uma das UTI cirúrgicas, e o mais insatisfatório em uma das UTI clínicas. Embora pacientes tenham relatado realizar higienização bucal de duas a três vezes ao dia, o estudo apontou alto índice CPOD, associado com nível de escolaridade fundamental incompleto, sugerindo haver desconhecimento da importância da saúde bucal e dificuldade de acesso a serviços odontológicos preventivos, curativos e reabilitadores.