Introdução: a cardiotoxicidade é o efeito colateral mais grave do tratamento com o quimioterápico doxorrubicina, sendo que o estresse oxidativo é um dos principais mecanismos fisiopatológicos dessa condição. É sabido que o ácido graxo ômega 3 (w3) apresenta importante efeito antioxidante. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência da suplementação de w3 na atenuação da cardiotoxicidade crônica induzida pela doxorrubicina em ratos. Métodos: foram utilizados ratos Wistar machos (n=60), alocados em 4 grupos: C (controle), W (administração de w3), D (administração de doxorrubicina) e DW (administração de doxorrubicina e w3). O w3 (400mg/kg/dia, gavagem) foi administrado por 6 semanas. Após 2 semanas do início da suplementação de w3, foi iniciada a administração de doxorrubicina (3,5mg/kg, ip, 1x/semana) por 4 semana. Ao final de 6 semanas, foi realizado ecocardiograma. Análise estatística: ANOVA de duas vias. Resultados: Foi observada menor ingestão de ração e perda de peso nos animais que receberam doxorrubicina. Ao ecocardiograma, observamos que o grupo D apresentou aumento da relação do diâmetro do átrio esquerdo com a aorta e do diâmetro sistólico e diastólico do ventrículo esquerdo (VE) corrigidos pelo peso corporal quando comparado ao grupo C. Em relação à função do VE, observamos aumento do tempo de relaxamento isovolumétrico, diminuição da onda E e diminuição da fração de encurtamento do VE no grupo D quando comparado ao grupo C. Com exceção do tempo de relaxamento isovolumétrico, o grupo DW apresentou melhora das variáveis estruturais, de função diastólica e de função sistólica quando comparado ao grupo D. Conclusão: a administração de w3 associada à doxorrubicina atenuou a cardiotoxicidade crônica induzida pela doxorrubicina em ratos.
Agradecimentos: Paulo C. Georgete e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).