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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

A ASSOCIAÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA COM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO PREJUDICA RESPOSTAS ADAPTATIVAS DO HOSPEDEIRO DO TRYPANOSOMA CRUZI

ANTUNES, G.C., MENDONÇA, A.A.S. , GONÇALVES, R.V., SILVA, T.G.S., NOVAES, R.D., SANTOS, E.C., CASTRO, T.P.A., GONÇALVES, G.L.C., INNECCO, P.L.R.
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Diamantina - MG - Brasil

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas, uma infecção tropical negligenciada, tem como tratamento etiológico consagrado a utilização de benznidazol (Bz) e nifurtimox, medicamentos com alta toxicidade e limitação de eficácia em infecções crônicas. Nesse contexto, como estratégia complementar, o treinamento físico emergiu nas últimas décadas com o objetivo de melhorar a resistência do hospedeiro à infecção. No entanto, a relevância dessa combinação no estágio infeccioso agudo ainda não foi investigada e, devido a isso, comparamos os efeitos isolados e concomitantes do exercício e da terapia baseada em Bz em um modelo murino da doença de Chagas. 

METODOLOGIA: Ratos Wistar com oito semanas de idade foram randomicamente divididos em cinco grupos experimentais com nove animais cada, como segue: G1: controle sedentário não infectado e não tratado; G2: infectado, sedentário não tratado; G3: infectado e sedentário tratado com Bz (100 mg/kg); G4: infectado, treinado e não tratado; G5: infectado, treinado e tratado com Bz (100 mg/kg). Após a confirmação da infecção, os grupos treinados foram submetidos a um protocolo de corrida em esteira elétrica motorizada (40 min/ inclinação de 5%), 5 dias/semana por 4 semanas. O grupo tratado recebeu Bz concomitantemente ao exercício. Vinte e quatro horas após o ultimo tratamento, os animais foram eutanasiados e o coração foi coletado para análise microestrutural e quantificação de enzimas do perfil antioxidante e ataque de radicais livres.

RESULTADOS: Tanto os parâmetros de estresse oxidativo quanto as análises histológicas realizadas revelaram alterações mais significativas nos grupos não tratados com Bz, o que demonstra o potencial da quimioterapia no contexto da doença. Comparando-se os grupos não tratados com Bz, o grupo G4 mostrou alterações mais pronunciadas em relação ao grupo G2, o que dá indícios de que o treinamento físico pode dificultar o controle parasitário no estágio agudo da doença. Além disso, associando-se as duas terapêuticas, o treinamento físico concomitante prejudicou os efeitos antioxidantes da quimioterapia baseada em Bz, que se mostrou mais eficaz quando administrado isoladamente.

CONCLUSÃO: Os resultados encontrados sugerem que a utilização de treinamento físico em estágios agudos de infecção pelo T.cruzi pode desencadear uma sobrecarga metabólica no hospedeiro e prejudicar suas respostas adaptativas. Sendo assim, o estudo indica que o estágio da infecção pelo protozoário deve ser considerado quando estratégias baseadas em exercícios são planejadas para o tratamento da doença de Chagas.

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