Introdução: Diabetes mellitus (DM) é sabidamente um importante fatores de risco para doença coronária (DAC) que por outro lado é a principal causa de morte e eventos cardiovasculares (ECV) nos diabéticos. Tal fato ocorre devido ao alto potencial aterosclerótico que se associa a alterações metabólicas e disfunção endotelial. Desta forma, é de grande importância avaliar a presença de isquemia em diabéticos tipo I e II que são acompanhados em hospital terciário, para que sejam tratados precocemente evitando ECV. Objetivos: Avaliar se pacientes (p) diabéticos possuem mais isquemia na cintilografia (CM) e ECV comparado aos não diabéticos, verificando, ainda, se há associação com o tipo de diabetes, com a presença de sintomas, outros fatores de risco (FR) e DAC conhecida. Métodos: estudo observacional retrospectivo realizado por coleta de dados dos prontuários de 1.003 p que realizaram CM sob estresse físico ou farmacológico entre 2016-2019. Considerou-se como grupo controle os não-diabéticos que realizaram o exame. Foram analisadas características clínico epidemiológicas, sintomas e presença de DAC prévia. A análise estatística foi realizada pelo teste exato de Fischer e teste T de Student sendo o poder do teste de 95% e o nível de significância de 5%. Resultados: do total,60% homens, 91,4% hipertensos, 47,1% diabéticos (46,8% tipo 2 e 0,3% tipo 1), 79,1% dislipidêmicos, 24,1% obesos, 36% tabagistas e ex- tabagistas, 62,8% com DAC prévia, 46,5% com dor torácica, sendo que 22,6% apresentavam isquemia na CM. A análise mostrou que p diabéticos tiveram maior mais isquemia em relação aos não diabéticos (p= 0,008), sendo o risco de isquemia na CM 1,5 vezes maior em comparação aos não diabéticos. O FR mais prevalente nos diabéticos com isquemia foi dislipidemia (p=0,048). Não houve diferença significativa entre diabéticos e não diabéticos isquêmicos em relação aos demais fatores epidemiológicos, de risco ou quanto ao desfecho IAM não fatal. Conclusões: diabéticos apresenta risco 1,5 vezes maior de isquemia sendo dislipidemia o único FR prevalente nos diabéticos isquêmicos. Não houve mais IAM não fatal nos diabéticos com isquemia, talvez pelo rigoroso tratamento instituído.