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HDL-c como potencial biomarcador de progressão tumoral e recidiva em mulheres com câncer de mama

Gustavo H. F. Gonçalinho, Isabelle R. Novelli, Nágila R. T. Damasceno
Departamento de Nutrição, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A literatura mostra que o HDL-c tem relação com redução da progressão tumoral do câncer de mama (CM), e o aumento plasmático desse parâmetro pode representar uma nova estratégia adjuvante para o tratamento. Apesar disso, há poucas evidências clínicas que mostram a relação das lipoproteínas com progressão tumoral. Objetivo: Associar os níveis de HDL-c com estadiamento tumoral clínico (EC), tamanho tumoral e recidiva em mulheres com CM. Métodos: Estudo observacional realizado com 95 mulheres com e sem menopausa, com CM (EC I a III), sem tratamento prévio e/ou metástase e seguimento médio de 53 meses. Dados clínicos, antropométricos (IMC, circunferência de cintura – CC, massa adiposa – MA) e estadiamento clínico foram utilizados. A partir do plasma foi analisado o perfil lipídico, Apo A-I, Apo B, glicemia, HbA1c, LDL(-) e autoanticorpo LDL(-). Foram realizadas análises teste-t ou Mann-Whitney dependendo da distribuição, regressão logística múltipla e análise de sobrevivência Kaplan-Meier. As análises foram feitas no programa SPSS® v.20.0. Resultados: As participantes tinham idade de 50 (11) anos, peso de 67,7 (10,8) kg, IMC de 27,9 (4,4) kg/m2, CC de 96,4 (10,2) cm, MA de 35,0 (4,8) %. Esses parâmetros não diferiram entre as mulheres com e sem menopausa e o EC (EC I vs. EC II-III). Nas mulheres com menopausa não houve diferenças dos parâmetros bioquímicos, segundo EC. Nas mulheres sem menopausa o grupo EC I apresentou menos Apo B [89,6 (15,7) mg/dL vs. 105,2 (19,9) mg/dL; p-0,022], LDL-c [105,0 (17,5) mg/dL vs. 129,9 (31,1) mg/dL; p=0,014], não-HDL-c [124,9 (19,2) mg/dL vs. 151,6 (34,9) mg/dL; p=0,017], além de maior HDL-c [37,7 (9,0) mg/dL vs. 31,8 (7,8) mg/dL; p=0,044] e LDL(-) [3,87 (2,15-8,94) ug/mL vs. 1,88 (1,05-3,34) μg/mL; p=0,034]. Cada aumento de uma unidade de HDL-c reduziu em 7% a chance do tumor apresentar tamanho maior que 2 cm (OR=0,930; IC95%= 0,868-0,996). Apesar disso, HDL-c não teve associação com as recidivas (p=0,130). Conclusões: As mulheres sem menopausa com EC I apresentaram menor conteúdo de Apo B e partículas aterogênicas, além de maior HDL-c. Este último parâmetro foi associado a menor progressão tumoral, mostrando que o aumento de HDL-c pode ser uma nova estratégia adjuvante para o tratamento do CM.

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