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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Uso de Impella durante intervenção percutânea de alto risco com choque cardiogênico

Bruno Henrique Gallindo de Mello, Rodolfo Staico, Vitor Loures, Eduardo Ribeiro, João G Loures
HOSPITAL SÃO LUIZ ANÁLIA FRANCO - São Paulo - SP - Brazil

INTRODUÇÃO: Dispositivos de assistência ventricular (DAV) de curta duração são úteis no choque cardiogênico e na intervenção coronária percutânea (ICP) de alto risco. O Impella é um dispositivo de instalação percutânea, com uma bomba de fluxo axial que conduz o sangue do ventrículo esquerdo para a aorta ascendente. RELATO DE CASO: mulher, 82 anos, hipertensa, diabética e com cirurgia de revascularização miocárdica há 16 anos. Internada por angina instável e edema agudo de pulmão. Ecocardiograma: fração de ejeção de ventrículo esquerdo 30%, acinesia septal e apical. Cinecoronariografia: Coronária Direita ocluída no terço médio com circulação colateral Grau 2; Tronco de coronária esquerda (TCE) com lesão de 80% distal; Descendente Anterior (DA) ocluída proximal; Circunflexa com lesão de 70% proximal e ateromatose difusa severa distal; Ramo Intermédio importante, lesões moderadas, emite circulação colateral Grau 3 para DA. Enxertos ocluídos. Evoluiu com choque cardiogênico refratário durante e após coronariografia. Discussão em Heart Team decidiu por ICP com DAV. Impella CP posicionado na via de saída do VE e angioplastia com stent farmacológico no TCE direcionado para Ramo Intermédio, guiado por ultrassom intracoronário, sem intercorrências. Desmame de drogas vasoativas em 24h. Seguimento atual (120 dias): assintomática. CONCLUSÃO: Os marcadores comumente usados para definir ICP de alto risco são lesão de TCE desprotegido, especialmente em multiarteriais e doença multiarterial com disfunção ventricular ou choque cardiogênico. O estudo PROTECT II comparou o uso de balão intra-aórtico ao Impella em ICP de alto risco. Na análise por intenção de tratar, não demonstrou diferença de eventos adversos em 30 dias, mas com redução significativa de eventos nos pacientes do grupo Impella, na análise por protocolo, em 90 dias. Estudos observacionais recentes, com limitações implícitas ao método, questionam o papel do Impella, após resultados desfavoráveis em relação à mortalidade e complicações. Na ausência de ensaios randomizados robustos, estudos menores e meta-análises demonstram resultados favoráveis quanto à sobrevida, eventos cardiovasculares e perfil de segurança da ICP de alto risco com Impella. O caso descrito reúne situações críticas nas quais se propõe o uso de DAV, e observou-se suporte hemodinâmico adequado, livre de complicações. Os DAV têm papel importante em pacientes selecionados e não devem ser preconizados de forma generalizada em todas as ICP de alto risco. Abordagem individualizada com discussão dos riscos e benefícios deve ser realizada.

 

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