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TERAPIA DE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO PARA ALÍVIO DE ANGINA PECTORIS? - RELATO DE CASO

Marcus Vinicius Briani, Laís de Oliveira Toledo, Felipe Mateus Teixeira Bezerra, Leonardo Giglio Dragone, Cibele Larrosa Garzillo, Carlos Vicente Serrano Junior
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: Doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de insuficiência cardíaca (IC) no mundo. Pacientes com disfunção sistólica e dissincronia intraventricular podem se beneficiar de terapia de ressincronização cardíaca (TRC). RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 70 anos, com marcapasso atrioventricular (MPAV) por doença do nó sinusal e DAC, com infarto agudo do miocárdio prévio.  Evoluiu com IC classe funcional III e, há quatro meses, angina CCS3 e uso diário de nitrato para alívio de sintomas. Cineangiocoronariografia identificou padrão multiarterial. Cintilografia miocárdica com hipocaptação persistente de grande extensão, além de discreta hipocaptação transitória inferolateral, inferosseptal e lateral. Ressonância magnética de coração com realce tardio transmural e, portanto, ausência de viabilidade em todos os segmentos inferiores, anterior médio-apical e ápice, além de discinesia anterior médio-apical e dissincronia do septo interventricular, com fração de ejeção (FEVE) 10,6%. Devido à grande área de fibrose foi contraindicada revascularização miocárdica. Paciente mantendo sintomas (angina e dispneia) a despeito da otimização medicamentosa (incluindo uso de trimetazidina e ivabradina). Foi optado, então, por substituir o MPAV por ressincronizador átrio-biventricular. Surpreendentemente, além de melhora dos sintomas de IC, paciente também apresentou melhora de angina. Ecocardiograma pós-procedimento identificou FEVE 30%. DISCUSSÃO: A Diretriz Brasileira de IC indica TRC para pacientes sintomáticos, FEVE ≤ 35%, que tenham recebido MPAV e evoluíram com piora clínica apesar do tratamento otimizado. Portanto, neste caso, a troca do dispositivo foi criteriosa, sendo obtido aumento da FEVE e melhora da intensidade e frequência dos sintomas. Entretanto, a melhora dos sintomas anginosos não era inicialmente esperada, uma vez que este paciente já estava em uso de terapia medicamentosa antianginosa otimizada. Em relação à perfusão miocárdica, a TRC melhora a função sistólica e diminui o consumo de oxigênio sem alterar a velocidade do fluxo coronário. Em pacientes com fibrose, pouca isquemia e sem indicação de revascularização, um aumento modesto da perfusão coronariana pode melhorar angina. CONCLUSÃO: Em indivíduos portadores de miocardiopatia isquêmica, não submetidos à revascularização miocárdica, e com persistência de sintomas após otimização medicamentosa, a TRC mostra-se como opção de tratamento que, em casos selecionados, pode aliviar angina.

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