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Relato de caso: Atendimento psicológico a paciente valvopata em urgência e emergência - Sintomas de origem clínica ou emocional?

Daiane Rosa Nunes, Valéria Lima Frediani, Ricardo Santos Cunha, Edgar Ferreira Santos Junior, Adriana Aparecida Fregonese, Silvia Maria Cury Ismael
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

INTRODUÇÂO:As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo. Dentre suas etiologias, encontram-se as disfunções das válvulas cardíacas, resultantes de alterações congênitas ou adquiridas – tendo a febre reumática como principal origem. A valvopatia se caracteriza como doença crônica e progressiva, uma vez que o tratamento requer mudanças no estilo de vida não levando à condição de cura. Devido o curso da patologia, sintomas de origem orgânica e emocional tornam-se prevalentes, podendo convergir entre si.MÉTODO:Relato de caso de atendimento psicológico em pronto-socorro (PS) de hospital referência em cardiologia, solicitado por equipe médica à paciente de 45 anos, gênero feminino, portadora de válvula mitral metálica desde 2007, em evolução para disfunção ventricular. Antecedentes clínicos: febre reumática e endocardite. Paciente chorosa, queixa principal dispneia e palpitações. As intervenções foram realizadas por intermédio da avaliação psicológica e discussão do caso com equipe médica.RESULTADOS:Durante o atendimento foi possível perceber o impacto do adoecimento e repercussões em seu estado emocional. As vivências decorrentes da agudização, progressão da doença e eventual necessidade de reabordagem cirúrgica, suscitaram sentimentos de desamparo e angústia, posto que, paciente expressou reações emocionais e comportamentais importantes que denotavam além de ansiedade antecipatória, hipervigilância aos sintomas físicos. Após atendimento psicológico e uso de medicação, referiu melhora dos sintomas. A escuta buscou favorecer a elaboração simbólica do adoecimento e suas repercussões, além de fortalecer defesas psíquicas para enfrentamento de suas possíveis consequências. Para garantir o cuidado integrado, em que o olhar se volta para as necessidades especificas da paciente, ao identificar que as demandas a serem trabalhadas não se encerrariam em um único atendimento, foi realizada sensibilização e encaminhamento para psicoterapia ambulatorial.CONCLUSÕES:O adoecimento facilitou o desvelar de situações de crise, predispondo intensas mobilizações psíquicas. A partir da abordagem do profissional de saúde mental no PS, local onde as urgências e emergências primordialmente são vistas como clínicas, consegue-se ofertar escuta ao aspecto emocional quando sobreposto ao quadro clínico, cuidando do que está mais emergente no momento. A escuta psicológica acolheu e legitimou o sofrimento imposto pelos sintomas manifestados pela paciente, favoreceu reconhecimento e compreensão dos sentimentos desencadeados pelo adoecer.

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