SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

RELATO DE CASO: RITMO IDIOVENTRICULAR OCASIONANDO MIOCARDIOPATIA – RECUPERAÇÃO DA FRAÇÃO DE EJEÇÃO DE VENTRÍCULO ESQUERDO APÓS ABLAÇÃO

Natália Miatelo Gimenez Ferreira, Márcio Jansen de Oliveira Figueiredo, Fernando Piza de Souza Cannavan, Januário de Pardo Mêo Neto
Clínica CLINICORDIS - Campinas - SP - Brasil

Introdução: Ritmo idioventricular acelerado (RIVA) é definido como ritmo ectópico com mais de três batimentos prematuros consecutivos, com frequência maior que a sinusal, no entanto, menor que a maioria das taquicardias ventriculares (entre 60 e 110 batimentos por minuto). Em geral, trata-se de uma arritmia benigna, autolimitada, sem repercussão hemodinâmica e que não requer tratamento específico, podendo ocorrer na fase de reperfusão do infarto do miocárdio ou associada à intoxicação exógena ou cardiopatia congênita. Todavia, pacientes que apresentam tal arritmia de forma sustentada ou incessante podem evoluir com taquicardiomiopatia. Métodos: paciente do sexo masculino, 68 anos, portador de hipertensão arterial, Diabetes Mellitus tipo 2, dislipidemia e cardiopatia isquêmica com angioplastia prévia (06 anos antes do evento atual) evoluiu com queda de fração de ejeção em ecocardiograma confirmada por ressonância magnética cardíaca, mantendo-se assintomático, sem disfunção estrutural que justificasse tal piora. Durante investigação, repetido cateterismo cardíaco com evidência de lesão em ramo Diagonal e angioplastia, tendo sido repetido ecocardiograma após: sem melhora da função ventricular; eletrocardiograma (ECG) e Holter: registro de RIVA (Figura 1) incessante (75% do tempo) com morfologia de bloqueio de ramo esquerdo e eixo para baixo, com episódios de até trinta minutos de duração. Encaminhado para avaliação de necessidade de cardiodesfibrilador interno (CDI). Resultados: Dado registro da arritmia, optado por ablação. O mapeamento em taquicardia permitiu a identificação de potencial precoce e fragmentado com precocidade de 60ms em posição basal-inferior, sendo aplicada radiofrequência (30W, 65º C, tempo livre, 12ml/min) com a interrupção da arritmia e manutenção de ritmo sinusal estável. Procedimento realizado com sucesso e sem complicações. Em ecocardiograma pós procedimento paciente apresentou recuperação de fração de ejeção (31% para 59%- método Simpson); sem evidência de RIVA ao eletrocardiograma ou Holter desde então (Figura 2). Sem indicação de CDI. Conclusões: RIVA em geral apresenta bom prognóstico. São raros relatos de caso como este, em que esta arritmia ocasiona disfunção ventricular. Provavelmente o paciente em questão já apresentava esse ritmo há alguns anos, mas como era assintomático o diagnóstico foi tardio. Nesses casos, o emprego de betabloqueadores mostrou-se efetivo para controle dos sintomas e a ablação é considerada terapia definitiva, com recuperação de fração de ejeção. 

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo