SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Prevalência, prognóstico e preditores de complicações neurológicas pós-transplante cardíaco

Camila Caraviello, Daniela Harsanyi, Lígia L B Trevizan, Fernando Bacal, Sandrigo Mangini
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

 

Introdução: O transplante cardíaco (TC) é o tratamento padrão-ouro para insuficiência cardíaca em estágio terminal. Apesar de seus benefícios, complicações, como as neurológicas, estão entre as possíveis dificuldades relacionadas a esta terapia.

 

Objetivo: Determinar a prevalência, prognóstico e preditores de complicações neurológicas após TC.

 

Métodos: Entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017, foram coletados e analisados ​​dados clínicos e de exames complementares de todos os pacientes submetidos à TC ortotópico em um único centro especializado. As complicações neurológicas analisadas foram convulsão, AVC isquêmico e hemorrágico. Primariamente, foi realizada a análise univariada mediante os testes qui quadrado, t-Student, exato de Fisher e Mann-Whitney. Posteriormente, foram utilizados modelos multivariados de regressão logística para a determinação de possíveis preditores independentes. Foram construídas curvas ROC visando estabelecer pontos de corte para variáveis ​​quantitativas que poderiam, com maior acurácia, influenciar a presença de complicações neurológicas.

 

Resultados: Foram avaliados 132 pacientes, 73,5% do sexo masculino, com a média de idade de 52 anos. A maioria dos pacientes estava em INTERMACS 3 (78,8%). As principais etiologias incluíram miocardiopatia isquêmica (26,7%), chagásica (26,7%) e idiopática (24,4%). A prevalência de complicações neurológicas após o TC foi de 17,4% (AVC isquêmico 8,7%, AVC hemorrágico 60,9% e convulsões 30,4%), ocorrendo principalmente nos 10 primeiros dias de pós-operatório (71,4%). Presença de complicações neurológicas pós-TC não resultou em maior risco de mortalidade (p = 0,159). Na análise multivariada, uso de adrenalina pré-TC (p= 0,044; IC 95% de 1,07–179,25, OR 13,84) e a diferença de pressão arterial sistólica entre o 3º dia de pós-operatório e o dia pré-TC (delta PO3) (p= 0,011; IC 95% de 1,38-11,56; OR 3,99) foram preditores independentes de complicações neurológicas. Um valor de corte superior a 32 mmHg do delta PO3 foi o ponto de corte com maior acurácia relacionado ao desenvolvimento de complicações neurológicas (sensibilidade de 64,3%, especificidade de 63%; AUROC 0,652).

 

Conclusões: Nesta casuística de TC, a prevalência de complicações neurológicas foi elevada, porém sem impacto no aumento de mortalidade. O uso de adrenalina no pré-transplante e a elevação da pressão arterial sistólica no 3º dia de pós-operatório, em comparação ao período pré-TC, (delta PO3), foram preditores independentes de complicações neurológicas.

 

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo