SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Indicação precoce da oxigenação por membrana extracorpórea veno-venosa no manejo da síndrome do desconforto respiratório agudo por vírus H1N1

Rafael Alves Franco, Lianna Ferreira Bringel Cavalieri, André Franci, Renata de Souza Barreiros, Adriely Andrade Rezende, Fabíola Mika Tanabe
Hospital São Luiz - Unidade Itaim - São Paulo - São Paulo - Brasil

Introdução: O vírus influenza H1N1 e a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) foram fundamentais para o crescente uso da oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). Descrevemos um caso de SDRA secundária a influenza H1N1 manejado com ECMO VV indicada precocemente.

Relato do caso: Paciente feminina, 68 anos, portadora de retocolite ulcerativa (uso crônico de corticoide), admitida no pronto socorro dia 12/06/19 por Herpes Zoster. 

Em 18/06/19 evoluiu com dispnéia. Admitida na unidade de terapia intensiva com saturação de 96% (cateter de oxigênio 5L/min). Exames iniciais normais, exceto pelo resultado positivo de Influenza H1N1. Iniciada antibioticoterapia e oseltamivir. Ecocardiograma mostrou estenose aórtica moderada e tomografia de tórax com opacidades em vidro fosco difusas e focos de consolidação.

Hipoxemia progressiva e necessidade de ventilação não invasiva (VNI) intermitente e cateter nasal de alto fluxo. Em 21/06/19, evolui com relação PO2/FiO2de 106 (VNI a 100% de O2). Realizada intubação orotraqueal, sedação e bloqueio neuromuscular. Evoluiu com hipoxemia refratária, oligúria e uso de doses crescentes de vasopressores. Novo ecocardiograma com pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) de 59mmHg e função ventricular preservada. Frente a deterioração clínica, indicada ECMO VV. Canulação realizada 8 horas após a intubação orotraqueal. Evoluiu com rápido desmame de vasopressores. Anticoagulação plena e manejo da ECMO conforme diretrizes. 

Evolui com melhora das disfunções orgânicas e hipoxemia. Em 28/06/19 foi realizada decanulação da ECMO com sucesso. Extubada dia 30/06/19 e suspensa antibioticoterapia dia 01/07/19. 

Recebe alta hospitalar em 10/07/19 em ar ambiente, sem disfunções orgânicas, ecocardiograma de controle com PSAP 39mmHg e função ventricular preservada.

Discussão:Os tratamentos da SDRA associados a redução de mortalidade são a posição prona, uso de bloqueadores neuromusculares e ventilação protetora.

A utilização da ECMO veno-venosa (VV) para o tratamento da SDRA grave em adultos foi avaliada em dois estudos randomizados e controlados. O estudo CESAR (2009) demonstrou que o grupo tratado com ECMO apresentou melhora significativa de sobrevivência em comparação com o grupo tratado com ventilação mecânica protetora. O estudo EOLIA (2018), não demonstrou diferença na mortalidade entre a estratégia de ECMO versus ventilação mecânica protetora.

Conclusão: A ECMO VV, quando indicada precocemente, pode ser ferramenta fundamental para proporcionar desfechos favoráveis em pacientes que desenvolvem SDRA secundária a Influenza H1N1.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo