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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Título: Síndrome de Takotsubo como diagnóstico diferencial de dor torácica após intervenção coronária percutânea.

Francisco Eberth Marinho Marques, Diego Carter C. Borges, Gabriela da S. Scopel, Mateus P. M. Feitosa, José Carlos A. da Silva, Rodrigo D. Machado, Caio B. Maneschy, Caue C. Costa, Expedito E. Ribeiro da Silva, Silvio Zalc
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Síndrome de Takotsubo (STT) é condição rara e subdiagnosticada no contexto de síndrome coronariana aguda. Entretanto, há critérios bem definidos e população específica em que esse diagnóstico deve ser suspeitado. Nesse caso, apresentamos uma série pouco usual de eventos após intervenção coronária percutânea (ICP). Relato de Caso: Mulher de 59 anos, com antecedentes de depressão e doença arterial coronariana sintomática, internada para ICP eletiva em artéria descendente posterior (DP) e segunda marginal (MgE2). Tortuosidade severa impediu tratamento da lesão de MgE2. Após a ICP, evoluiu com angina típica não limitante, e não aceitou realizar nova angiografia para avaliação de complicações. Troponina confirmou infarto agudo do miocárdio periprocedimento. Um dia após a ICP, apresentou anemia aguda e hematoma inguinal, ultrassom revelou pseudoaneurisma, tratado com embolização. Após 48 horas, apresentou novo episódio de angina típica e eletrocardiograma evidenciou supra de ST em parede anterior extensa (Figura 1). Nova angiografia não mostrou lesões em coronárias, com stent em DP pérvio; no entanto ventriculografia mostrou padrão de balonamento com nova acinesia apical (Figura 2). Encaminhada a unidade coronariana (UCO), onde ecocardiograma confirmou esse achado, além de fração de ejeção de 40%. Evoluiu com hematêmese e melena, e endoscopia mostrou lacerações de Mallory-Weiss, tratadas com clip metálico. Apresentou normalização do supra de ST em 5 dias. Ressonância magnética cardíaca para avaliação de diagnóstico diferencial, antes da alta da UCO, evidenciou discinesia e fração ejeção em 53%, assim como realce tardio miocárdico transmural apical e subendocárdico ínfero-lateral, confirmando STT (Figura 3). Discussão: Sintomas semelhantes a síndrome coronariana aguda são a apresentação típica de STT, uma cardiomiopatia de caráter transitório com disfunção ventricular e padrão típico de balonamento apical, secundária a estressores físicos e emocionais, principalmente em mulheres a partir dos 60 anos, condições presentes no caso em questão. É condição subdiagnosticada, ainda mais no contexto de ICP eletiva, mas que pôde ser evidenciada pela ventriculografia, padrão ouro para o diagnóstico ou exclusão. Conclusão: Nesse caso, evidenciamos a ocorrência de STT, condição pouco usual de dor torácica após ICP, mas que deve ser lembrada em mulheres, na sexta década de vida, associada a eventos estressores, que foram múltiplos nesse caso. 

(Figura 1)

(Figura 2)

(Figura 3)

 

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