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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Prevalência de fragilidade cognitiva e sintomas depressivos em pacientes em lista de espera para o transplante cardíaco na cidade de São Paulo.

Oliveira, FM, Ikeda, ET, Avila, MS, Seguro, LFBC, Lage, S, Gaiotto, FA, Wozniak, IC, Bacal, F, Marcondes-Braga, FG, Mangini, S
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Estudos indicam que pacientes com doença cardíaca avançada apresentam prejuízos em sua capacidade cognitiva e aumentam substancialmente a chance de desenvolver sintomas de depressão. Essas variáveis contribuem para desfechos negativos no tratamento, tais como o surgimento de comorbidades, aumento nas taxas de internação e mortalidade, falhas na adesão e autocuidado, além de prejuízos na qualidade de vida e funcionalidade do indivíduo. Objetivo: Identificar a prevalência de fragilidade cognitiva e sintomas depressivos em pacientes em fila de espera para o transplante cardíaco. Método: Foi realizada análise preliminar do estudo longitudinal e prospectivo, baseado na aplicação de três escalas para a compreensão das características cognitivas e de humor de pacientes internados e ambulatoriais incluídos em fila de transplante cardíaco de hospital quaternário, no período entre dezembro de 2018 e janeiro de 2020. Todos os pacientes que aceitaram a participação no estudo tiveram suas avaliações realizadas em até um mês após sua inserção em lista. Para acessar o desempenho cognitivo foi utilizado o teste de rastreio Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e a Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI), para avaliar os sintomas depressivos utilizou-se o Inventário Beck de Depressão (BDI). Resultados: 52 pacientes foram avaliados, sendo 78% do sexo masculino; 55% pardos; 67% casados; 48,7 anos foi a média da idade e 8,9 anos a média de escolaridade; sendo 41% aposentados e 1,7 salários mínimos a média da renda familiar declarada pelos participantes. Chagas foi a principal etiologia da doença (34%), seguida de miocardiopatia dilatada (30%) e isquêmica (5%). Quanto a saúde mental, 23% referiu uso de medicamentos psicotrópicos e 34% apresentou sintomas leves de depressão (BDI). Quanto aos aspectos cognitivos, 88% da amostra apresentou fragilidade na escala de rastreio (MoCA) e 78% fragilidade na escala de inteligência (WASI), sendo maior a fragilidade nos subtestes que envolviam tarefas de execução (80%) em relação as tarefas verbais (68%). Conclusão: Nesta amostra de pacientes em fila de transplante cardíaco, a prevalência de sintomas depressivos é relevante, no entanto chama atenção a alta prevalência da fragilidade cognitiva. Condições socioeconômicas, incluindo grau de escolaridade e renda, parecem estar envolvidas no desempenho. O reconhecimento desta situação reforça o tamanho do desafio e a importância da equipe multiprofissional no cuidado destes pacientes, bem como a importância de ações que mitiguem os riscos psicossociais do transplante.

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