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Associação entre Parâmetros Estruturais e Funcionais do Ventrículo Esquerdo Avaliados pela Ressonância Magnética Cardíaca e Risco de Acidente Vascular Cerebral em Pacientes com Cardiomiopatia Chagásica Crônica

Henrique Turin Moreira, Gustavo Jardim Volpe, Maria Fernanda Braggion Santos, José Antônio Marin-Neto, André Schmidt
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - Brasil, HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO - - - BRASIL

Introdução: A cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) é relacionada a eventos tromboembólicos, particularmente em pacientes com fibrilação atrial (FA). Porém, fatores de risco associados a acidente vascular cerebral (AVC) em indivíduos com CCC mas sem FA não estão bem estabelecidos. Este estudo objetivou avaliar a relação entre parâmetros morfofuncionais do ventrículo esquerdo (VE), avaliados pela ressonância magnética cardíaca (RMC), com a ocorrência de AVC em pacientes com CCC.

 

Métodos: Dados de 141 pacientes com CCC submetidos à RMC foram coletados prospectivamente de outubro de 2009 a dezembro de 2013. Critérios de exclusão foram história de AVC prévio, FA ou uso de anticoagulante oral no momento da RMC. Os parâmetros derivados da RMC foram: fração de ejeção do VE (FEVE), extensão da fibrose miocárdica do VE avaliada por realce tardio pelo gadolínio, e presença de aneurisma apical do VE. A FEVE foi classificada como: (I) normal ≥ 55%; (II) intermediária < 55 e ≥ 40%; e (III) reduzida < 40%. O desfecho clínico foi a ocorrência de AVC durante o seguimento realizado em ambulatório especializado em doença de Chagas. Idade e gênero foram covariáveis nos modelos de risco proporcional de Cox.

 

Resultados: Dos 141 participantes iniciais, 25 foram excluídos por AVC prévio (n=2), história de FA (n=11) , ou uso de ACO (n=12). Os 116 indivíduos restantes mostraram idade média de 56 ± 14 anos, 51% mulheres. FEVE normal, intermediária e reduzida foram encontradas em 48 (41%), 43 (37%) e 25 (22%) pacientes, respectivamente. Fibrose miocárdica foi detectada em 79 dos 111 (71%) participantes em que a sua análise foi exequível. A extensão mediana da fibrose do VE foi de 4,6% (intervalo interquartil: 0-10). Aneurisma apical do VE foi identificado em 36 (31%) pacientes. Durante o seguimento (mediana: 6,8 anos), AVC foi relatado em 9 indivíduos. Na análise univariada, FEVE reduzida foi significativamente associada a maior risco de AVC em comparação com FEVE normal (HR 9,2; IC95% 1,8-48,4), enquanto não houve diferença significativa entre FEVE intermediária e FEVE normal (HR 1,2; IC95% 0,2-8,2), figura 1. A associação entre FEVE reduzida e AVC permaneceu significativa no modelo ajustado para idade e gênero (HR 12,6; IC95% 1,9-83,2). Não houve associação significativa entre risco de AVC e extensão da fibrose (HR 1,0; IC95% 0,9-1,1) ou presença de aneurisma apical (HR 1,9; IC95% 0,5-7,2).

 

Conclusões: Em pacientes com CCC, a FEVE reduzida avaliada pela RMC, mas não a extensão da fibrose ou a presença de aneurisma apical do VE, associou-se a maior risco de AVC.

 

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