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Dissecção Aguda de Aorta em um caso de Mieloma Múltiplo tratado com Bortezomibe

Melo, ES, Lemos, M, Gonçalves-Junior, I, Godoy, H L
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

A cardiotoxicidade é um efeito adverso do tratamento oncológico, responsável por considerável morbimortalidade. O objetivo foi descrever o caso de uma paciente com diagnóstico de mieloma múltiplo, em uso de bortezomibe, que após o sexto ciclo de quimioterapia (QT) apresentou dissecção aguda de aorta.

Foi realizada revisão do prontuário, entrevista com a paciente e revisão da literatura.

Paciente feminino, 65 anos, admitida para realizar colecistectomia videolaparascópica. Durante a realização de exames pré-operatórios foi identificada anemia normocrômica normocítica com traço falciforme, iniciou acompanhamento com a hematologia e devido piora do quadro anêmico foi indicada biopsia de medula óssea.  Realizado diagnóstico de mieloma multiplo IGG lambda  ISS III+ Durie salmon 3ª.  Iniciou QT com VCD (Bortezomib, ciclofosfamida e dexametasona) + zometa.  No quarto ciclo, foi encaminhada para o cardiologista devido alterações pressóricas e ecocardiograma com estresse mostrando hipertrofia concêntrica importante do ventrículo esquerdo. Foi realizada tomografia de tórax para estadiamento da doença óssea e evidenciado uma ectasia da aorta descendente de 4,3 cm (exame prévio ao ínicio da QT não havia alteração no diâmetro da aorta).  No sexto ciclo apresentou sintomas de neuropatia, sendo suspensa QT, solicitada nova tomografia de tórax, mostrando dissecção de aorta, confirmada através da angiografia, que mostrou dissecção de aorta tóraco-abdominal, com flap intimal, estendendo-se desde a raiz da aorta até a aorta abdominal. O flap intimal apresentava aparente extensão à origem da artéria coronária direita, ectasia difusa da aorta tóraco-abdominal dissecada, atingindo calibre máximo de 5,5 cm no segmento ascendente. A dissecção apresentava morfologia isquêmica na raiz e aorta torácica ascendente. Paciente encaminhada para cirurgia, sendo realizado pós operatório em UTI com uso de droga vasoativa, hemodinamicamente instável, evoluindo para Parada Cárdio- Respiratória no primeiro pós operatório e óbito.

O bortezomibe foi o primeiro inibidor de proteassoma a ser testado em estudos clínicos. Os efeitos colaterais mais frequentes são gastrointestinais, fadiga e anorexia.  A plaquetopenia foi encontrada em 30% dos casos, enquanto a anemia e neutropenia são raras. Porém não há relatos na literatura sobre dissecção de aorta em pacientes em uso de bortezomibe. Pesquisas adicionais são necessárias para desenvolver novas estratégias de prevenção e tratamento das cadiotoxicidades associadas aos quimioterápicos.

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