Introdução: A avaliação de isquemia miocárdica por meio de métodos de imagem associados ao estresse farmacológico tem sido amplamente utizada. No entanto, existem poucos dados sobre os bloqueios de ramo induzidos pelo dipiridamol ou adenosina. Objetivo: Verificar a incidência de bloqueios de ramo induzidos pelo estresse com dipiridamol ou adenosina e sua relação com defeitos de perfusão miocárdica na cintilografia. Métodos: Foi revisado o prontuário dos pacientes que realizaram cintilografia miocárdica de 2016 a 2018, sendo incluídos os que utilizaram dipiridamol ou adenosina. Foram excluídos todos que tinham de bloqueio do ramo direito (BRD), bloqueio de ramo esquerdo (BRE), pré-excitação e marcapasso artificial no eletorcardiograma de repouso. Aqueles que induziram bloqueios de ramo direito ou esquerdo no estresse tiveram seus dados avaliados. Resultados: Foram selecionados 15.364 exames que utilizaram dipiridamol ou adenosina, sendo observado uma taxa de incidência de BRE induzido aproximadamente 5,5 vezes maior que o BRD, sendo de 0,25% e 0,045% respectivamente. Nenhum paciente com BRD apresentou defeito transitório na cintilografia, enquanto 10,3% dos BRE apresentaram. Nestes, o defeito transitório apareceu em segmentos além da parede septal. Conclusão: A incidência dos bloqueios de ramo induzidos durante o estresse com dipiridamol ou adenosina é baixa, sendo a do BRE aproximadamente 5,5 maior. A presença do BRD induzido não apresentou associação com isquemia miocárdica. No entanto, foram observados defeitos transitórios em 10,3% dos pacientes que tiveram BRE, sugerindo que os bloqueios indizidos no ramo esquerdo podem ter relação com isquemia.
