Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) apresenta incidência crescente na população adulta mais jovem, porém ainda é escassa na literatura quais os fatores de risco que levam ao IAM com supradesnivelamento de ST (IAMCSST) em pacientes com menos de 50 anos. O objetivo do estudo é avaliar o perfil epidemiológico e os fatores de risco responsáveis pelo IAMCSST em pacientes com menos de 50 anos atendidos em um hospital terciário do Distrito Federal entre 2006 e 2018.
Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, utilizando dados coletados da Coorte Brazilian Heart Study realizada em um hospital terciário do Distrito Federal (CAA: 47145515.6.0000.5553). Variáveis analisadas: idade; sexo; horário, período do ano e localização do IAM; tabagismo; uso de drogas ilícitas; história familiar de evento cardiovascular; hipertensão arterial sistêmica (HAS); sedentarismo; Diabetes Mellitus e dislipidemia.
Análise estatística: Descritiva pelo programa SPSS versão 20.0, aplicado o teste qui-quadrado, com intervalo de confiança de 95% e significância estatística para p <0,05. As variáveis numéricas com distribuição normal foram apresentadas na forma de média e desvio padrão; as variáveis numéricas com distribuição assimétrica são apresentadas na forma de mediana e variação interquartil; enquanto as variáveis categóricas são apresentadas na forma de frequências absolutas e relativas.
Resultados: De 1104 pacientes da Coorte, 143 foram incluídos. A distribuição variável de incidência (gráfico 1), apresentou mediana de idade de 44 anos, 76,9% da população é do sexo masculino. Local mais comum do IAM: parede inferior (45%). Distribuição igual no outono, inverno e primavera. Horário predominantemente de 12h às 18h. Os principais fatores de risco (tabela 1) foram: história familiar positiva para evento cardiovascular (62,2%), tabagismo/ex-tabagismo (60,8%) e sedentarismo (56,6%). Conforme dados do Sistema de Informações Hospitalares do DATASUS, observou-se que a amostra pesquisada representou aproximadamente 10% das internações por IAM em pacientes com menos de 50 anos no serviço público do DF.
Conclusão: Neste estudo, os principais fatores de risco encontrados foram: tabagismo/ex-tabagismo, histórico familiar de evento cardiovascular, HAS, sedentarismo e dislipidemia. Os profissionais da saúde devem estimular ações de prevenção e promoção de saúde para extinguir os fatores de risco modificáveis encontrados. Entretanto, mais estudos são necessários para identificar as medidas mais eficazes nesse sentido.