Introdução: O fardo das doenças cardiovasculares (DCV) tem aumentado na maioria dos países da África subsaariana. Existem fortes evidências que a atividade física regular e a aptidão cardiorrespiratória moderada a elevada promovem proteção contra a hipertensão e todas as outras causas de mortalidade. Objetivo: Avaliar o nível de atividade física, a frequência de hipertensão e fatores de risco associados nos trabalhadores da Televisão Pública de Angola (TPA). Métodos: Foi realizado um estudo transversal e observacional numa amostra de 218 funcionários da TPA. Os dados foram coletados em Maio de 2019 por uma equipe de estudantes da Faculdade de Medicina, Universidade Agostinho Neto, Luanda, Angola e incluiu dados antropométricos e clínicos, história de DCV, uso de tabaco e álcool, e atividade física pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Resultados: A média de idade da amostra foi de 42.7 anos. Diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres foram registradas nos dados antropométricos, estado civil e níveis de pressão arterial (maior nos homens). Considerando no nível de atividade física (IPAQ), o grupo menos ativo apresentou valores de pressão arterial maiores que o grupo mais ativo (PAS: 131.34 ± 20.77 mmHg vs. 125.28 ± 17.66 mmHg, p = 0.024; PAD: 84.08 ± 13.49 mmHg vs. 79.67 ± 11.62 mmHg, p = 0.012). Os fatores de risco mais frequentes foram consumo de álcool (56.7%), sobrepeso/obesidade (50.9%) e hipertensão (31.65%). Houve uma correlação positiva entre os níveis de pressão arterial e dados antropométricos e uma correlação negativa com o nível de atividade física. As variáveis relacionadas com a obesidade central tiveram uma correlação mais forte com os níveis da pressão arterial do que o IMC. Conclusão: Menores níveis de atividade física foram associados com maiores níveis de pressão arterial. A frequência de fatores de risco de DCV como o sobrepeso/obesidade, hipertensão e consumo de álcool foi elevada.