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Limite de consumo de álcool para diminuir o risco de fibrilação atrial em pacientes cardiopatas

Martino Martinelli, Sérgio Freitas de Siqueira, Aline Loriene Souza, Aline Biaggio, Raphael Alvarenga, Sergio Martins, Anísio AA Pedrosa, Silvana A D Nishioka, Cinthya Ibrahim Guirao, Roberto Costa
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução

Os limites do consumo de álcool (LCA) para diminuir o risco (consumo responsável) na população em geral foram definidos em duas doses diárias de 14g de álcool puro para homens e uma dose para mulheres. As recomendações da LCA para pacientes cardiopatas são desconhecidas.

Objetivo

O objetivo deste estudo foi testar o risco de FA para diferentes LCA em pacientes cardiopatas.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional prospectivo que recrutou 2.009 pacientes com diferentes cardiopatias da coorte do estudo em andamento PROSA (Projeto Saúde e Álcool). Dentre esses, foram selecionados pacientes sem história prévia de FA e seguimento de pelo menos 1 ano. Todos os pacientes foram avaliados pelo AUDIT – Teste de Identificação de Distúrbios do Uso de Álcool e por nosso questionário institucional, informando os tipos de consumo de bebidas e as respectivas doses. Para comparar o tempo de ocorrência de FA considerando diferentes LCA, foram aplicados as estimadas curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier e o teste log-rank para avaliar a diferença entre as curvas.

Resultados

Da coorte PROSA, foram selecionados 523 pacientes, sendo 64,7% do sexo masculino, idade média de 64,6±14,4 anos. As principais cardiomiopatias foram: chagásico 22,3%; isquêmico 16,2%, hipertenso 8,5% e idiopático 7,3%. O período médio de acompanhamento foi de 18,1±9,7 meses. A taxa anual de ocorrência de FA por paciente foi de 0,37. A curva estimada de sobrevida livre de ocorrência de FA comparando os bebedores responsáveis com os não responsáveis, considerando os limites tradicionais, não mostrou diferença (P=0,086). Entretanto, ao considerar um limite de metade do limite tradicional, observou-se diferença significativa (P=0,011). Não houve diferenças significativas nas curvas de sobrevida livre de ocorrência de FA, avaliando o consumo de vinho e de cerveja isolados, tanto para os bebedores responsáveis quanto para os não responsáveis.

Conclusões

O LCA tradicional (duas doses diárias de 14g para homens e metade para mulheres) foi incapaz de estratificar o risco de FA em pacientes cardíacos. Um LCA específico para pacientes cardíacos (metade da tradicional) definiu um subgrupo de menor risco de FA, independentemente do tipo de consumo.

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