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Síndrome do roubo da coronária-subclávia associada a obstrução de artéria vertebral

Beuther, J., Batista, AB., Tummler, TN., Giustina, RD., Guérios, EE., Marquetti, PRC., Adam, EL.
Hospital de Clínicas do Paraná - CHC-UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil

Introdução: Pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) utilizando a artéria torácica interna esquerda (ATIE) in situ podem desenvolver isquemia miocárdica quando houver obstruções proximais da artéria subclávia (AS) esquerda, caracterizando a síndrome do roubo da coronária-subclávia. A presença de lesões obstrutivas associadas em outros ramos da circulação cerebral pode comprometer de forma ainda mais significativa a perfusão miocárdica.

Relato do caso: Feminino, 66 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica, submetida a CRM há 5 anos. Sintomas de angina típica e tontura aos pequenos esforços há um ano, associadas a parestesia de membro superior esquerdo. No exame físico, observada diferença de pressão arterial entre os membros superiores: 100/80 mmHg à esquerda e 150/90 mmHg à direita. A coronariografia invasiva mostrou lesão de 90% na artéria coronária direita (ACD) e oclusão do tronco da coronária esquerda. Observados enxertos venosos pérvios para a ACD e ramo marginal da artéria circunflexa. O enxerto da ATIE para a artéria descendente anterior encontrava-se pérvio, porém a AS esquerda estava ocluída em sua origem. Assim, a circulação para a ATIE era realizada através de fluxo reverso pela artéria vertebral esquerda (sentido craniocaudal), caracterizando o fenômeno do roubo da artéria subclávia. A artéria vertebral esquerda, por sua vez, apresentava obstrução de 90% na sua origem, limitando ainda mais a perfusão da ATIE. Indicada cirurgia de revascularização da artéria subclávia esquerda, visando melhora do fluxo para a ATIE, porém a paciente recusou o procedimento e permanece em tratamento clínico, sem eventos cardiovasculares após um ano de seguimento.

Discussão: A síndrome do roubo da coronária-subclávia é descrita em pacientes que realizaram CRM utilizando a ATIE in situ e apresentam obstrução significativa da AS esquerda proximal à origem da ATIE. Nestes casos, o fluxo coronariano pode ser prejudicado e inverter durante um esforço do membro superior esquerdo, gerando angina. A presença simultânea da obstrução da artéria vertebral esquerda, como no caso aqui descrito, é mais rara, e apresenta fisiopatologia diferente, já que protege a circulação cerebral de um roubo maior, porém compromete a perfusão miocárdica de forma ainda mais significativa. A identificação da obstrução com a aferição da pressão arterial dos membros como método de triagem antes do procedimento é de fundamental importância pois leva a uma mudança no planejamento cirúrgico. 

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