INTRODUÇÃO: Em decorrência da transição epidemiológica, demográfica e nutricional as doenças cardiovasculares emergem como um problema mundial de saúde pública, sobretudo pelo seu impacto na mortalidade das populações. OBJETIVO: Quantificar e analisar o número de anos deixados de viver, através do indicador de anos potenciais de vida perdidos (APVP), com mortalidade inferior aos 70 anos de idade (população economicamente ativa) relacionados a doenças do aparelho circulatório. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e retrospectivo, durante o período dos anos de 2012 a 2017, ultimo ano tabulado. Os dados foram coletados no Sistema de Informações sobre Mortalidade da Secretaria de Saúde da Cidade de São Paulo, de acesso público. As variáveis analisadas foram: causas segundo capítulos do Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Raça/cor e sexo. RESULTADO: Durante o período estudado houve 798.445,27 anos perdidos por doenças do aparelho circulatório. Neste sentido, as principais causas foram: doenças isquêmicas do coração correspondendo à 39,8%, seguidas de doenças cerebrovasculares (22,6%), miocardiopatias (8%), doenças hipertensivas (7%) e insuficiência cardíaca (2,4%). Os indivíduos de cor de pele branca foram os mais acometidos correspondendo a 80%, seguidos dos pardos com 30,7%. Os homens perderam quase o dobro de anos de vida (516.063,65) quando comparados com as mulheres (282.372,53). CONCLUSÃO: A população da São Paulo deixou de viver 13,7 anos de vida por doenças relacionadas ao aparelho circulatório, sendo primordialmente por doenças isquêmicas, em indivíduos de cor de pele branca e homens em sua maioria. Neste sentido, fica claro a necessidade de políticas públicas transversais que busquem não apenas diagnosticar e sim acompanhar, tratar e controlar adequadamente as doenças cardiovasculares da população; objetivando também a prevenção destes agravos, desta forma promovendo a saúde integral e reduzindo mortalidade.