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Síndrome coronariana aguda no pós-operatório de cirurgia oncológica

Ludmila de A Barberino, Letticya Machado, Thalita González, Fernanda A S Costa, Fernanda T A Andrade, Henrique B Ribeiro, Isabela Costa , Cristina S Bittar , Silvia M Ribeiro, Ludhmila Hajjar
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, ICESP - SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Introdução: A presença de muitos fatores de risco em comum entre câncer e síndrome coronariana aguda (SCA) faz do infarto perioperatório uma importante complicação dos pacientes com câncer. 

Relato de Caso: H.B.S, masculino, 66 anos. Hipertenso, diabético, em seguimento em Hospital Oncológico universitário com diagnóstico de Adenocarcinoma de Próstata Gleason 7, com proposta de tratamento curativo cirúrgico. Admitido para prostatectomia radical via videolaparoscópica, que ocorreu sem intercorrências intra-operatórias. No pós-operatório imediato, eletrocardiograma demonstrou infra desnivelamento do segmento ST de V3-V6 (figura 1A), seguido de inversão de T em toda a parede anterior e padrão plus-minus anterior (figura 1B). O paciente negou dor precordial, mas houve alteração significativa da troponina T ultrassensível com curva característica e valor de pico de 1,27ng/mL (valor de referência <0,014mg/mL). Foi feito diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio Sem Supra de ST (IAMSST). Foram administrados 200mg de ácido acetil salicílico, clopidogrel 300mg, atorvastatina 40 mg e enoxaparina 1 mg/Kg dose a cada 12h. Optou-se por não realizar cineangiocoronariografia de imediato por se tratar de pós-operatório imediato de prostatectomia, com alto risco de sangramento. Ecocardiograma evidenciou hipocinesia septal e médio-apical, com fração de ejeção de ventrículo esquerdo de 40%. Após 48h, paciente mantinha estabilidade e não havia apresentado sangramento, foi então realizada cineangiocoronariografia, que evidenciou lesão suboclusiva em Artéria Descendente Anterior (ADA) proximal (figura 2A). Realizada tentativa de angioplastia com stent farmacológico, mas houve dificuldade técnica devido a elevada quantidade de cálcio na lesão. Foi realizada então angioplastia apenas com balão e optado por  procedimento em segundo momento, com utilização de sistema de aterectomia rotacional (SAR). Logo após angioplastia com balão, paciente evoluiu com hematúria macroscópica, que melhorou espontaneamente em cerca em 6 horas, provavelmente secundária à heparina utilizada na angioplastia inicial. No dia seguinte, foi realizada angioplastia com stent farmacológico, com auxílio do SAR, com sucesso (figura 2B).

Discussão: Este caso ilustra o grande desafio do manejo da SCA em pacientes com câncer, por serem pacientes com alto risco  trombótico e hemorrágico. A presença de neoplasia não deve ser fator limitador para o uso de terapia ótima para SCA.

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