SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

ENDOMIOCARDIOFIBROSE ASSOCIADO A GRANULOMATOSE EOSINOFÍLICA COM POLIANGEÍTE (GEPA) - UM RELATO DE CASO

Santos, EC, Gustavo Fitas Manaia, Letícia Neves Solon Carvalho , Vinícius Oro Popp, Sônia Lages Lustosa de Altavila, João Novaretti, Edimar Alcides Bocchi, Carmen Silvia Valente Barbas, Vera Maria Cury Salemi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Endomiocardiofibrose (EMF) é uma doença rara, cuja apresentação manifesta-se como uma cardiopatia restritiva, apresentando-se com insuficiência cardíaca. Sua etiologia ainda não é certa, porém, sua relação com eosinofilia é bem estabelecida. A granulomatose eosinofílica com poliangeíte (GEPA) é uma vasculite granulomatosa caracterizada por quadro asmático, também acompanhado por eosinofilia persistente.  Objetiva-se, portanto, descrever caso clínico incomum e os aspectos gerais desta entidade.

Relato de caso: Mulher, 33 anos, asmática, apresentando quadro de dispnéia aos moderados esforços associada a ortopnéia e dispnéia paroxística noturna. Ecocardiograma mostra ventrículo esquerdo com função sistólica e espessura miocárdica preservadas. Observa-se espessamento subendocárdico na região apical com conformação arredondada sugerindo acometimento inicial de EMF. O ventrículo direito apresenta função sistólica normal com obliteração atingindo até terço médio com conteúdo heterogêneo sugestivo de EMFA ressonância magnética cardíaca mostra função biventricular preservada e presença de obliteração apical do ventrículo direito, associada área de realce tardio linear endocárdico, correspondendo a fibrose, compatível com EMF. Evoluiu com surgimento de sintomas de obstrução nasal, coriza, cefaléia frontal e necessidade de tratamento com antibiótico em várias ocasiões.  Posteriormente, apresentou  quadro de artralgia, mialgia e parestesias em membros,  sendo medicada com prednisona, evoluindo com epigastralgia refratária a medicamentos, sendo solicitado endoscopia digestiva alta que evidenciou aumento de eosinófilos (50 eosinófilos/5 CGA). Dentre os exames laboratoriais, destaca-se a presença de hipereosinofilia. Recebeu diagnóstico de GEPA, sendo iniciado tratamento com prednisona 60mg/dia. Atualmente, encontra-se em classe funcional NYHA I, referindo melhora dos sintomas de artralgia e parestesias após início de corticoterapia e evolui com diminuição dos eosinófilos. Discussão: Em estágio inicial o quadro clínico da EMF é inespecífico, o que exige profunda acuidade propedêutica, suspeição e investigação clínica. A associação com exames complementares para fechar o diagnóstico é essencial, destacando-se o ecocardiograma e a ressonância nuclear magnética cardíaca, pois o tipo de realce tardio encontrado é típico da doença. A hipereosinofilia pode estar associada a infecção parasitária, alergias, hipersensibilidade, neoplasias, GEPA e outras colagenoses. Dessa forma, trata-se de diagnóstico raro, com prognóstico sombrio e escassas possibilidades terapêuticas.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo