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Paralisia parcial do nervo oculomotor após procedimento de angioplastia: relato de caso

TACITO LEANDRO BORGES DE BESSA , FERNANDA SENA RABELO SANTOS, JULIA BOGAZ BRAGA, MATHEUS CANDIDO BARBOSA , PEDRO JALLAD , JULIANA MIYUKI YANAGI FEIJÓ, SILVIO GIOPATTO, WILSON NADRUZ JUNIOR
FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: Eventos isquêmicos encefálicos decorrentes de cateterismo cardíaco são complicações relativamente comuns, visto o alto número de procedimentos realizados mundialmente. Embora complicações microembólicas seguidas de angioplastia sejam bem documentadas, a paralisia isolada de par craniano após procedimento de angioplastia é um evento extremamente raro, com descrição de apenas um caso na literatura. Apresentamos a seguir um caso de paralisia isolada parcial unilateral do oculomotor em paciente submetida a angioplastia cardíaca.

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente MGFR, sexo feminino, 67 anos, hipertensa, diabética, obesidade grau III, apresentou quadro de Infarto Agudo do Miocárdio com supra de ST em parede lateral alta. Foi submetida a cateterismo cardíaco diagnóstico que evidenciou artéria descendente anterior ocluída em terço médio, subramos da primeira marginal com lesões de 90% proximal, ramo descendente posterior da coronária direita com lesão de 70% em terço médio, ventrículo esquerdo com função contrátil global diminuída as custas de acinesia anterior e discinesia apical. Realizou cintilografia de perfusão miocárdica e pesquisa  viabilidade miocárdica e foi optado pela realização de angioplastia da artéria circunflexa, procedimento foi realizado com balão, por via radial com sucesso angiográfico. Imediatamente após o procedimento paciente evoluiu com diplopia. Avaliação neurológica e oftalmológica evidenciou paralisia da musculatura ocular extrínseca, compatível com alteração do nervo oculomotor, sem alteração pupilar e com leve ptose palpebral, sem nenhum outro déficit neurológico sensitivo ou motor, ou evidência de lesão de outro nervo craniano. Tomografias de Crânio seriadas não revelaram alterações isquêmicas agudas. Foi realizada Ressonância Nuclear Magnética de crânio que não demonstrou alterações em território do III par craniano que justificassem os sintomas apresentados pela paciente. O quadro foi manejado conservadoramente e a paciente recebeu com persistência do déficit.

CONCLUSÃO: O caso relatado chama atenção para um efeito adverso incomum que pode ocorrer após um procedimento de angioplastia, sendo portanto relevante visto o grande número de procedimentos realizados anualmente. Embora a etiologia não tenha sido definida, a principal hipótese diagnóstica seria de um infarto lacunar secundário à fenômeno microembólico, no qual a hipertensão arterial e o diabetes mellitus provavelmente entrariam como fatores de risco adicionais. 

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