A adesão à medicação, comportamento relacionado à tomada dos medicamentos prescritos e um desafio para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica. A Teoria do Comportamento Planejado afirma que as intenções são as precursoras do comportamento e, já que as pessoas apresentam um grau suficiente de controle real sobre o comportamento, espera-se que elas cumpram as suas intenções quando a oportunidade surgir. Esta intenção é formada pelos seus determinantes (atitude, norma subjetiva e controle comportamental percebido), podendo ser acrescidos do comportamento passado. Objetivo: Identificar os fatores psicossociais que influenciam a intenção comportamental de ‘tomar os comprimidos prescritos para o controle da hipertensão arterial’, com base na Teoria do Comportamento Planejado. Método: Estudo descritivo, transversal e quantitativo. Participaram indivíduos com hipertensão arterial sistêmica em acompanhamento ambulatorial de um hospital público do Estado da Paraíba, de março a abril de 2019. Aplicou-se um questionário construído e validado a uma amostra de 220 participantes. Utilizaram-se os Testes Qui-Quadrado e Exato de Fisher, correlação de Spearman e Regressões Logísticas Múltiplas para as análises dos dados. Resultados: Os participantes apresentaram alta intenção de tomar os anti-hipertensivos, e os constructos da teoria (Atitude, Crenças Comportamentais, Norma Subjetiva, Crenças Normativas, Controle Comportamental Percebido e Crenças Comportamentais), adicionados do Comportamento Passado apresentaram associação estatística significativa (p<0,001), com forças de magnitude que variaram de fraca, moderada a forte, para a medida de intenção. Os preditores crenças comportamentais (ß=0,0432; p=0,0364), norma subjetiva (ß= -1,5708; p<0,01) e controle comportamental percebido (ß=2,2809; p=0,0028) foram considerados determinantes da intenção comportamental e explicaram a intenção comportamental em 33% (R2=0,33). Conclusão: Crenças comportamentais, norma subjetiva e controle comportamental percebido são determinantes psicossociais significativos da tomada dos anti-hipertensivos, sendo a variabilidade desta intenção mais bem explicada por esses fatores conjuntamente. Estes constructos devem ser valorizados, individualmente e em conjunto, especialmente a norma subjetiva, uma vez que esta apresentou ação protetora no modelo explicativo da intenção comportamental.