Introdução:A assistência de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) pós infarto agudo do miocárdio (IAM), proporciona desconforto, ruídos em excesso e iluminação contínua, o que pode dificultar o início e a manutenção do sono.Objetivo:Identificar características demográficas e avaliar a qualidade do sono de pacientes internados em UTI cardiológica após o primeiro IAM.Método:Estudo realizado em uma UTI cardiológica de um hospital universitário, de alta complexidade, que atende prioritariamente pacientes do Sistema Único de Saúde, situado na cidade de SãoPaulo. A amostra foi composta por pacientes maiores de 18 anos, diagnosticados com evento primário de IAM, mínimo de 15 pontos na Escala de Coma de Glasgow, permanência de 12 horas na UTI, sem déficit cognitivo, em ventilação espontânea ou uso de ventilação não-invasiva. Para avaliação da percepção da qualidade do sono foi utilizado o instrumento Questionário para avaliação do sono em terapia intensiva cardiológica, elaborado e validado em português, composto por 9 questões que avaliam fatores que influenciam o sono, como a qualidade do leito, horário de administração dos medicamentos, exposição à luz, ruídos dos equipamentos, sons de outros pacientes, conversas da equipe, temperatura da unidade, desconforto físico e preocupação com a doença atual, avaliados segundo escala analógica visual: Muito(1),Médio(2),Pouco(3),Muito pouco(4),Nada(5). A pontuação varia entre 18 (pior pontuação) e 90 pontos(melhor pontuação).Resultados:A amostra foi composta por 10 pacientes do sexo masculino, com idade média de 59 DP=12 anos, 50% eram tabagistas com consumo médio de 49,8 maços/ano e 40% eram portadores de hipertensão arterial sistêmica, 90% apresentaram IAM com supra de ST, critério de gravidade de Killip I, sendo 50% tratados inicialmente com trombolíticos, sem critérios de reperfusão e todos realizaram angioplastia transluminal percutânea. A pontuação média da qualidade do sono foi de 32,6 DP=6,9, caracterizando qualidade do sono ruim, sendo a exposição à luz o fator mais destacado, seguido de ruídos dos equipamentos e temperatura da unidade. Conclusão:Todos os pacientes avaliados eram do sexo masculino, predominantemente sofreram IAM com supra de ST, e avaliaram a qualidade do sono na UTI como ruim, sendo os fatores ambientais como a exposição à luz, ruídos dos equipamentos e temperatura os que mais influenciaram. O sono é um fator protetor ao sistema cardiovascular, é importante que a equipe de enfermagem minimize a influência de fatores ambientais que prejudicam o sono na UTI em pacientes pós IAM.
