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Relato de caso: quatro episódios de endocardite fúngica numa mesma paciente em um intervalo de dois anos

Brunna Pileggi, Lais Oliveira Toledo, Matheus Abate, Tarso Augusto Duenhas Accorsi, Antonio de Santis, Flavio Tarasoutchi, Roney Orismar Sampaio
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Endocardite fúngica é uma afecção rara, potencialmente fatal  e de diagnóstico difícil especialmente em pacientes com próteses valvares. O tratamento ainda é controverso e complexo e envolve a combinação de anfotericina lipossomal ou caspafungina associada a flucitosina e troca valvar na maioria dos casos. Relato de caso: J.M.A.S.P, 34 anos, mulher, com antecedente pessoal de febre reumática, apresentou quadro de insuficiência aórtica importante com necessidade de troca valvar por prótese biológica em maio de 2017. Após sete meses da cirurgia, foi diagnosticado endocardite por Candida parapsolisis, sendo realizada troca valvar aórtica por prótese mecânica. Seis meses depois, apresentou nova internação por recidiva da endocardite, tendo sido iniciado terapia com anfotericina B sendo substituído por micafungina devido toxicidade – na ocasião diagnosticado disfunção da prótese aórtica e abscesso perivalvar. Submetida a terceira troca valvar, desta vez com implante de prótese biológica em posição aórtica, com grande dificuldade técnica. Cerca de um ano depois teve novo diagnóstico de endocardite por Candida famata. Em nova abordagem cirúrgica, não foram identificados sinais de endocardite em prótese aórtica porém, visualizou-se massa amorfa (“grumos”) e espessamento na cúspide anterior de valva mitral; devido ao achado intraoperatório e impossibilidade cirúrgica de retirada da prótese aórtica, optou-se por troca exclusiva da valva mitral por prótese biológica e alta com anidulafungina. Entretanto, após quatro meses, relatou piora de classe funcional acompanhada de plaquetopenia e imagem de ultrassom compatível com infarto esplênico.  Discussão: A Sociedade Americana de doenças infecciosas preconizam substituição valvar associada à terapêutica antifúngica (anfotericina associada ou não a fluticasona ou equinocandina) em casos de endocardite infecciosa por Candida; a terapia antifúngica deve ser mantida por 6 semanas após substituição valvular e estendida durante mais tempo em caso de abcessos perivalvulares ou outras complicações, como realizado no caso relatado. Conclusão: Conforme preconizado, a paciente foi tratada com terapia antifúngica otimizada, além de troca valvar por três vezes, negativando hemoculturas entre os episódios. Apesar de tratamento, a paciente não apresentou melhora completa do quadro. Raros casos de endocardite apresetam resolução de transplante cardíaco, ora aventado para este caso.

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