Resultados imediatos e a curto prazo do tratamento percutâneo do vazamento paraprotético
Introdução: A regurgitação paraprotética (RPP) é um defeito que ocorre entre o local de sutura e o anel protético e a correção por meio da intervenção transcateter tem surgido como uma opção à cirurgia para pacientes (pts) de alto risco.
Objetivo: Avaliar os resultados imediatos e a curto prazo da oclusão da RPP .
Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, de portadores de RPP, sintomáticos, alto risco cirúrgico, submetidos a oclusão percutânea. O diagnóstico da RPP foi feito por meio da ecocardiografia TT e TE 3-D. O critério de sucesso foi: regurgitação residual máximo discreta, melhora da classe funcional, regressão da hemólise e ausência de complicações fatais até 30 dias pós-procedimento. O critério de insucesso foi: complicações relacionadas ao procedimento, persistência de refluxo moderado ou grave, hemólise, insuficiência cardíaca (IC) ou necessidade de cirurgia de urgência.Resultados: Foram incluídos 20pts (24 próteses) com RPP. O número de cirurgias prévias variou de 1 a 4. A maioria (14) tinha 1 RPP. Cinco pts tinham prótese biológica (3 mitrais e 2 aórticas) e 15 próteses mecânicas (8 mitrais, 3 aórticas e 4 mitroaórticas). A indicação da intervenção foi a presença de IC com ou sem hemólise na maioria. A RPP foi grave em 16 pacientes, moderado em 3 e discreto em 1. A via de acesso percutâneo foi a femoral em 17 pts. O dispositivo utilizado foi Amplatzer Vascular Plug, O número de plugs variou de 1a 4. Os pts foram distribuídos em 2 grupos: G1 (sucesso) e G2 (insucesso) segundo a definição acima. G1: o sucesso ocorreu em 13 dos 20 pts (65%), 5 tinham prótese biológica aórtica (100%) e 8 tinham prótese mecânica (53%) (5 mitrais e 3 aórticas). G2: insucesso ocorreu em 7 dos 20 pts (35%), todos com prótese mecânica. Dois pts morreram antes da alta hospitalar (10%). Destes, um foi submetido a cirurgia de urgência por mal posicionamento do plug e o outro complicou com PCR e óbito. Cinco pts receberam alta hospitalar. Em uma evolução média de 14 meses, dos 13 pts do G1, 3 morreram (1 acidente vascular cerebral hemorrágico, 1 infarto agudo do miocárdio e 1 IC descompensada); 10 estão evoluindo bem. Dentre os 5 pts do G2, 3 morreram, um continua em tratamento clínico e um foi operado.