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Morte Súbita Abortada como Apresentação Inicial de Miocardiopatia Não Compactada: Relato de Caso

Mylena C. Kormann-Moreira, Eduardo M. Moreira, Simone Louise Savaris, Gabriela da Silva Scopel, Diogo T. Kormann, João Novaretti, Sonia Lages Lustosa de Altavila, Edimar Alcides Bocchi, Vera Maria Cury Salemi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamentos

A miocardiopatia não compactada (MCNC) é uma doença genética rara de prevalência indeterminada. O quadro clínico é variável, sendo insuficiência cardíaca (IC) a manifestação mais comum. Eventos embólicos ou arritmias ocorrem mais tardiamente ou como consequência.Apresentamos um caso em que a clínica inicial foi de parada cardiorrespiratória (PCR).

Relato do Caso

Masculino, 59 anos, hígido, apresentou uma PCR extra-hospitalar por arritmia ventricular, foi reanimado pela equipe de resgate e encaminhado ao hospital. Foi realizada cineangiocoronariografia coronária, sem lesões obstrutivas. Ecocardiograma transtorácico (ETT) demonstrou hipocinesia difusa do ventrículo esquerdo (VE) com dilatação de câmaras esquerdas (átrio esquerdo com 46mm e diâmetro diastólico do VE com 70mm) e fração de ejeção do VE de 32%. A ressonância magnética cardíaca (RMC) evidenciou realce tardio mesocárdico em paredes septal e anterior e relação miocárdio compactado/não compactado diagnóstica de MCNC. O Holter identificou extrassístoles ventriculares polimórficas frequentes (132/h) e episódios de taquicardia ventricular (TV) não sustentada. O paciente foi submetido a um estudo eletrofisiológico (EEF) no qual foi induzida TV monomórfica com instabilidade clínica e necessidade de cardioversão elétrica. Devido a manifestação clínica inicial e diagnóstico definido, foi implantado cardiodesfibrilador (CDI). No seguimento, paciente apresentou episódios de TV sustentada, recebeu choques do CDI e, posteriormente, fez ablações de TV em 2007 e em 2015. Atualmente encontra-se estável e assintomático, sem novas arritmias, mantendo disfunção ventricular esquerda e está em terapia clínica otimizada para IC.

Conclusão

A MCNC é uma doença de diagnóstico crescente na prática clínica e tem apresentação amplamente variável. Consideramos interessante a descrição deste caso por se tratar de um paciente com manifestação inicial de PCR e destacar a importância de estar sempre atentos às distintas formas de apresentação clínica da doença. O diagnóstico é realizado pela identificação, habitualmente em ETT ou RMC, de aumento na relação miocárdio não-compactado / compactado. O tratamento baseia-se na apresentação: pacientes assintomáticos são acompanhados regularmente e aqueles com manifestações clínicas são tratados conforme a clínica.

 

 

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