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Miocardiopatia de Takotsubo e Hemorragia Subaracnoidea Aguda

Thiago Pereira, Layara Lipari, Caio Rodrigues, José Victor Costa, Julio Flavio Marchini, Heraldo Possolo, Guilherme Spina
Hospital das Clínicas de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A cardiomiopatia de Takotsubo é um exemplo clássico de interação entre doenças cardiovasculares e eventos cerebrais agudos. No entanto, identificar essa condição no contexto do pronto-socorro pode ser difícil, frequentemente levando a erros diagnósticos.

CASO CLÍNICO: Mulher de 68 anos foi trazida pelo seu esposo ao departamento de emergência, tendo sido encontrada desacordada no banheiro por volta da 1:00 a.m. A última vez que ela foi vista bem foi às 00:30 a.m. Possuía hipertensão e diabetes, ambos bem controlados com metformina e hidroclorotiazida. No exame físico de entrada apresentava-se bastante dispneica (FR=38 irpm), saturando 95% em ar ambiente, com PA=94x60 mmHg, FC=75bpm e com extremidades frias. Glicemia na entrada=145mg/dL. Estava rebaixada (Escala de Glasgow=5), sem déficits motores aparentes. À asculta pulmonar apresentava estertores grossos bilaterais até ápice, sem outras alterações relevantes no exame físico. Foi realizado eletrocardiograma que mostrou supra-desnivelamento do seguimento ST de V1 a V4 e ondas T bifásicas em V5 e V6. Ecocardiograma transtorácico com hipocontratilidade ventricular difusa. Realizada a hipótese de infarto agudo do miocárdio e iniciado protocolo de tratamento, com administração de aspirina e clopidogrel. Exames laboratoriais não mostraram alterações relevantes, exceto elevação discreta de troponina. A paciente foi então submetida a cineangiocoronariografia de urgência que, no entanto, não mostrou lesões coronarianas. Ao contrário disso, ventriculografia evidenciou um padrão de miocardiopatia de Takotsubo. O caso foi prontamente revisto e realizada tomografia de crânio que evidenciou uma hemorragia subaracnoidea Fischer 4, com presença de um aneurisma em artéria carótida interna medindo 7x4mm. A paciente foi então submetida a embolização do aneurisma, evoluindo com melhora clínica na UTI.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Embora inicialmente descrita como disfunção miocárdica secundária a um evento estressante, em até 28,5% das miocardiopatias de Takotsubo não é possível identificar um fator desencadeante. Em pacientes sob cuidados intensivos a prevalência desta doença, sem que haja suspeita clínica, é ainda maior, podendo chegar a 7% em indivíduos internados por patologias diversas. Reconhecer essa dificuldade diagnóstica é de extrema importância, principalmente no departamento de emergência, onde o tempo para estabelecimento de condutas é escasso.

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