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Impacto do perfil psicossocial na adesão ao tratamento medicamentoso de pacientes com insuficiência cardíaca

Lívia Xavier Soares Farah, Andreia Oliveira Pinheiro, Ricardo Alkmim Teixeira, Sergio Siqueira, Martino Martinelli Filho
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A baixa adesão medicamentosa é um problema relevante de saúde pública. Estima-se que entre metade a dois terços das internações por insuficiência cardíaca (IC) são evitáveis através de melhor adesão ao tratamento. Dentre outros, a baixa adesão medicamentosa pode estar relacionada com fatores psicossociais como depressão, ansiedade, prejuízo cognitivo e traço de personalidade. Este estudo teve como objetivo avaliar a taxa de adesão medicamentosa em pacientes com IC, em hospital terciário de atenção à cardiologia, considerando o perfil psicossocial. Métodos: Estudo transversal, unicêntrico e descritivo que incluiu 400 pacientes com IC. Todos foram avaliados pelos questionários de Escala de Adesão à Medicação de Morisky Green (MMAS-8); DS-14- para diagnóstico de Personalidade tipo D; de Percepção de Doença Breve (B-IPQ); de Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) e pelo teste de Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA). Análise estatística: Os dados foram expressos como média e desvio padrão, mediana e intervalo interquartílico ou como proporção. Variáveis categóricas foram analisadas utilizando o teste do qui-quadrado ou exato de Fisher. Dados quantitativos foram comparados pelo teste t ou teste de Mann-Whitney. O nível de significância adotado para os testes foi de 5%. O software utilizado para os cálculos foi o SPSS 17.0 para windows. Resultados: 99 (24,7%) pacientes apresentaram baixa adesão, 184 (46%) média adesão e 117 (29,2%) alta adesão medicamentosa.172 (43%) pacientes apresentaram ansiedade, 119 (29,7%) depressão, 140 (35%) distress, 94 (23,5%) pacientes apresentaram traços de personalidade tipo D. O tipo de cardiopatia e medicamentos em uso não apresentaram diferenças estatísticas na comparação dos dados. Pacientes com ensino fundamental incompleto apresentam maior taxa de baixa adesão em comparação com pacientes com nível de escolaridade maior (p= 0,047). Na análise do perfil psicossocial, ansiedade, depressão, distress e personalidade D foram fatores que contribuíram com a baixa taxa de adesão (p<0,001). Em relação ao prejuízo cognitivo leve, o grupo com baixa adesão apresentou valor significativamente menor no domínio da atenção quando comparado aos grupos alta e média adesão (p< 0,05). Conclusão: A maioria dos pacientes com IC apresenta baixa e média adesão à terapia medicamentosa. Fatores como depressão, ansiedade, distress, traço de personalidade tipo D, prejuízo das funções executivas e baixa escolaridade se associam a maior probabilidade de apresentarem não adesão ao tratamento prescrito.  

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