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Miocardite Eosinofílica com Remissão Espontânea em Paciente Feminina: Relato de Caso

Isabela Favarato Benedito, Nayara Zanetti Comerio, Maria Carolina Lorenzoni Nicchio, Luiza Spelta Risso Tranhago, Mariana Grippa Valfré, Maithê Neves Batalha, Paulo Roberto Angelete Alvarez Bernardes
Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC - Colatina - Espírito Santo - Brasil

INTRODUÇÃO: A miocardite eosinofilica é uma afecção incomum que consiste em infiltrado eosinofílico miocárdico, necrose e perda estrutural, podendo ser desencadeada por doenças autoimunes, infecções, neoplasias ou como parte de uma síndrome hipereosinofílica (SH). Há variação entre quadros subclínicos assintomáticos até manifestações fulminantes. O diagnóstico inicial se dá com métodos não invasivos, e a confirmação se faz por biópsia endomiocárdica. O tratamento envolve suporte terapêutico e terapia específica imunossupressora, quando indicada. MÉTODO: Revisão  de prontuário. RESULTADOS: Paciente 42 anos, feminina, sem antecedentes, deu entrada no Hospital Maternidade São José com dor precordial intensa, com 15 dias de evolução, associada à dispneia. Na propedêutica, eletrocardiograma normal, troponina alterada e ecocardiograma mostrando marcante edema miocárdico e disfunção sistólica bi-ventricular importante. Hemograma com leucocitose eosinofílica. Evoluiu com bloqueios avançados intermitentes, com crises convulsivas associadas e tomografia computadorizada de crânio normal, compatível com síndrome de Stoke Adams. Iniciado tratamento de suporte, com implante de marcapasso provisório e início de vasodilatadores. Tomografias de tórax e abdome normais. Realizada ressonância magnética do coração, que evidenciou realce tardio com padrão mesocárdico e multifocal, sugestivo de lesão miocárdica não aterosclerótica. Além disso, progrediu com hepatite, com leve icterícia e alteração de enzimas hepáticas. Feita hipótese de síndrome hipereosinofílica com acometimento hepático e cardíaco. Biópsia de medula óssea excluiu eosinofilia primária. Sorologias virais e anticorpos anti-cardiolipina e anti-dsDNA normais. Cateterismo evidenciou artérias coronárias sem ateromatose. Não foi realizada biópsia endomiocárdica, por dificuldades logísticas. Paciente evoluiu com melhora do quadro, com recuperação do ritmo e das funções hepática e ventricular e com diminuição do edema miocárdico. Dessa forma foi associado beta-bloqueador e não foi iniciada imunossupressão, pois paciente apresentou melhora clínica com as medidas descritas acima. CONCLUSÃO: Em virtude dos achados clínicos e exames complementares, foi proferido diagnóstico de miocardite e hepatite decorrente de SH. Paciente apresentou boa evolução com tratamento de suporte, beta-bloqueadores e vasodilatadores, não sendo necessário tratamento de imunossupressão. Não foi possível realizar a biópsia endomiocárdica por sérias dificuldades logísticas inerentes ao sistema público de saúde.

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