Fundamento: Atualmente, o implante por cateter de prótese aórtica (TAVI) vem mostrando êxito no tratamento dos pacientes com estenose aórtica. Desde sua introdução, ocorreram avanços tecnológicos expressivos no sistema de entrega e na estrutura valvar, permitindo a obtenção de resultados favoráveis e expansão das indicações deste procedimento. Objetivos: Avaliar a curva de resultados ao comparar o período dos primeiros 5 anos de experiência (2008-2013) com os últimos 5 anos ( 2014-2018). Métodos: Estudo clínico observacional, prospectivo e unicêntrico, que incluiu pacientes com estenose aórtica submetidos a TAVI, entre novembro de 2008 e setembro de 2018. Resultados: Foram incluídos 132 pacientes sendo que 42 (31.8%) foram submetidos à TAVI entre 2008 e 2013 (grupo 1) e 90 (68.2%) entre 2014 e 2018 (grupo 2). Os pacientes do grupo 2 apresentaram maior prevalência de doença arterial periférica (p=0,04), menos insuficiência renal (p=0,05) e área valvar significativamente menor (p=0,002). Não houve diferença entre os grupos quanto ao Escore STS (4,7% vs. 4,6%; p=0,67) e fração de ejeção (65% vs. 65%; p=0,85). Observou-se diferença no tipo de prótese utilizada entre os grupos, pois até o ano de 2013 estavam disponíveis apenas as próteses Corevalve, Edwards Sapien e Sapien XT, que foram sendo progressivamente substituídas pelas próteses Evolut R e Sapien 3. As curvas de Kaplan-Meier demonstram que o período inicial da experiência (2008-2013) se correlacionou ao aumento da incidência do desfecho primário de mortalidade por causas cardíacas no seguimento (p=0,02), enquanto que a mortalidade por todas as causas foi similar entre os grupos (p=0.60). Após ajuste para variáveis clínicas, o período de 2008 – 2013 foi fator preditor de mortalidade cardíaca conferindo aumento do risco de 4,2 vezes quando comparado ao período de 2014 – 2018. O período de 2008 – 2013 também se correlacionou com um aumento da incidência do desfecho de segurança (40% VS 21%; p=0.02), sangramento com risco de vida (17% vs. 4%; p=0.03), bem como Insuficiência Renal Aguda AKIN 2 ou 3 (17% vs. 5%; p=0.05) e aparecimento de bloqueio de ramo esquerdo novo ( 48% vs. 26%; p=0,02). Conclusão: Com a evolução das próteses e maior experiência dos operadores, houve melhora dos resultados com redução da mortalidade por causas cardíacas e maior segurança para os pacientes.