Fundamento: Dislipidemia, Intolerância à Glicose (IG), Diabetes mellitus (DM) e Síndrome metabólica (SM) são condições metabólicas, frequentemente assintomáticas e relacionadas a alta morbimortalidade cardiovascular (CV), porém pouco investigadas nas populações mais jovens. O objetivo desse estudo é avaliar a prevalência de dislipidemia, diabetes, intolerância à glicose e síndrome metabólica em uma população de adultos jovens entre 20 e 50 anos residentes na região central de um grande centro urbano
Métodos: Estudo populacional transversal que incluiu indivíduos entre 20-50 anos cadastrados em uma unidade de ESF na região central de um grande centro urbano na região Sudeste. Foram registradas as características sociodemográficas e antropométricas, e os fatores de risco CV tradicionais. A pressão arterial (PA) de consultório é obtida pela média de duas aferições. Todos os participantes foram submetidos a avaliação laboratorial (perfil lipídico e glicídico, e função renal) e Monitorização Residencial da Pressão Arterial. A análise bivarida comparou os pacientes com e sem alterações metabólicas. Foi utilizado o SPSS 19.0.
Resultados: Foram avaliados até o momento, 632 indivíduos [39,6% gênero masculino; média de idade: 36,6 ± 9 anos]. Os fatores de risco CV modificáveis mais comuns foram o sedentarismo (44%) e a obesidade (26%). A prevalência de dislipidemia foi de 40%, sendo esses indivíduos mais velhos, obesos, com maior prevalência de hipertensão arterial e intolerância à glicose.
Quanto ao perfil glicídico, temos 57 (9%) indivíduos com IG e 18 (3%) com DM. Diabéticos eram mais velhos, obesos, com uma prevalência maior de hipertensão e dislipidemia enquanto aqueles com IG têm apenas maior prevalência de dislipidemia quando comparados aos normoglicêmicos.
Um total de 74 indivíduos (12%) foram diagnosticados com SM. Estes são mais velhos, obesos e sedentários, com maior prevalência de hipertensão arterial, níveis pressóricos mais elevados tanto no consultório quanto na MRPA, além de valores mais elevados de albuminúria.
Conclusão: Essa população jovem e aparentemente saudável apresenta um perfil metabólico adverso, indicando a importância de uma estratificação precoce do risco CV