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Rastreio de Apneia Obstrutiva do Sono em uma população de adultos jovens em uma unidade de Estratégia Saúde da Família no centro do Município do Rio de Janeiro

Luíza Araújo Nogueira, Eduarda Gopp, Rodrigo Borges, Maíra Machado, Tomás Mello, Gustavo Vieira, Humberto Crivellari, João Victor de Hollanda, Josimeiry Morais, Ana Mallet
UNESA - Medicina Campus PV - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

INTRODUÇÃO: A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) está relacionada ao risco cardiovascular (CV), porém pouco se sabe sobre diagnóstico e rastreio de AOS para populações mais jovens. O objetivo desse estudo é avaliar o risco para AOS, o melhor método de rastreio e suas associações com fatores de risco CV em uma população jovem assistida na Estratégia Saúde da Família no Rio de Janeiro.

MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo populacional transversal que incluiu adultos entre 20 e 50 anos registrados na unidade da Estratégia Saúde da Família. Foram obtidas as características sociodemográficas, antropométricas e os fatores de risco CV. Foi aferida a pressão arterial de consultório (PAC) e todos foram submetidos à MRPA e à avaliação de perfil glicídico e lipídico. O risco de AOS foi avaliado pelos questionários STOP-BANG (SB) e a Escala de Sonolência de Epworth (ESE). Pacientes com alto risco em pelo menos um dos questionários foram submetidos à polissonografia de noite inteira. Análise bivariada comparou indivíduos com alto e baixo risco em cada questionário. Regressão linear avaliou as variáveis que se associaram independentemente ao alto risco para AOS em ambos os questionários.

RESULTADOS: 562 indivíduos foram analisados [40% homens; idade média de 38,9 ± 8,8 anos], dos quais 151 (26,9%) tiveram alto risco para AOS pelo SB e 210 (37,4%) pelo ESE. Indivíduos com alto risco pelo SB são mais velhos, com maior prevalência de obesidade, hipertensão e valores mais altos de PAC e MRPA. Por outro lado, indivíduos com alto risco pelo ESE são mais obesos com circunferência abdominal aumentada, maior prevalência de dislipidemia e síndrome metabólica. No entanto, não houve diferença quanto à PA nesse grupo. As variáveis independentes que se relacionaram ao alto risco para AOS pelos 2 questionários foram sexo masculino e obesidade, pelo SB foram sexo masculino, obesidade, aumento da circunferência cervical e hipertensão arterial e pelo ESE somente obesidade e dislipidemia. Dentre os indivíduos submetidos à polissonografia, 46% tiveram diagnóstico de AOS (IAH ≥ 5/hour) e 23% de AOS moderada a grave (IAH > 15/hour). O melhor preditor de AOS foi o SB, positivo em 100% dos indivíduos com AOS moderada a grave, enquanto a ESE, foi positiva em apenas 20%.

CONCLUSÃO: A população estudada apresentou alta prevalência e risco para AOS. O rastreio positivo pelo ESE está associado a um perfil metabólico adverso e o SB a níveis pressóricos elevados e este parece ser um melhor preditor para AOS moderada a grave nessa população.

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