Introdução: Com a disponibilização de melhores sedativos, de experiência do anestesista em seu manuseio e da redução do tempo cirúrgico e de circulação extra-corpórea (CEC), a cada dia aumenta o número de pacientes extubados provenientes do centro cirúrgico (CC).
Objetivos: Avaliar nesta amostra se a prática de extubar em sala é segura, quais os possíveis benefícios e ou complicações.
Material e métodos: Foram avaliados de forma prospectiva 97 pacientes provenientes do CC extubados submetidos a cirurgia cardíaca que foram elegíveis no protocolo de extubação em sala. Os critérios de inclusão para esta modalidade foram: Tempo de CEC menor que 120 minutos, carga tabágica menor que 50 maços/ano, abstnência de tabaco maior ou igual a 6 meses, IMC < 30, idade entre 18 anos e 65 anos.
Os critérios de exclusão foram: Sangramento acima do esperado, presença de arritmias ventriculares e/ou alterações gasométricas no momento pretentido da extubação, necessidade de parada circulatória total e naqueles que não se encaixaram nos critérios de inclusão.
Resultados: Pacientes extubados em sala de operação tiveram menor tempo de internação hospitalar (8,1 x 6,3 dias) e em unidade de terapia intensiva (2,4 x 1,6 dias), menor presença de delirium (11% x 2,2%), ausência de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) (1,6% x 0%), ausência de não readequação calórico-proteica (8% e 0%) e quanto a segurança, apenas 1 paciente foi reintubado por recirculação anestésica e não houve diferença na taxa de reinternações em UTI com o grupo não extubado.
Conclusões: Nesta amostra de pacientes, constatamos que foi seguro e benéfico a extubação em sala, tanto do ponto de vista financeiro (pela redução do tempo de internação em todos os setores) quanto assistenciais (por zerar a taxa de PAV, pela redução brusca de delirium e pelo retorno precoce da alimentação oral).
Ressalta-se que a extubação não ocorreu de forma indiscriminada. Seguiu-se todo um roteiro pré estabelecido entre os cirurgiões, clínicos, intensivistas e anestesistas que participaram desta proposta, demonstrando que a aplicação deste protocolo pode ser implementada com custo efetividade favoráveis ao paciente e a Instituição.
