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Dissecção espontânea de coronárias: um diagnóstico através da angiotomografia

Thyago Nasser Tümmler, Ana Beatriz Brenner Affonso da Costa Réa, Jürgen Beuther, Eduardo Henrique Bonotto, Thiago Santos Rosa, Tiago Augusto Magalhães, Alexandre Manoel Varela, Pedro Felipe Gomes Nicz, Paulo Roberto Cruz Marquetti, Eduardo Leal Adam
Hospital de Clínicas - UFPR - Curitiba - Paraná - Brasil

Introdução: A dissecção espontânea de coronárias é uma causa menos frequente de síndrome coronária aguda (SCA). O seu diagnóstico pode ser desafiador nas situações em que a lâmina de dissecção não pode ser observada na coronariografia invasiva, sobretudo quando acomete o vaso difusamente. Assim, faz parte do diagnóstico diferencial em casos de infarto agudo do miocárdio sem coronariopatia obstrutiva (MINOCA). 

Relato do caso: Sexo feminino, 40 anos, com histórico de migrânea. Em uso de analgésicos simples e anticoncepcional oral combinado. Ex-tabagista (cinco anos-maço) há 9 anos. Procurou o pronto-socorro com dor retroesternal opressiva, irradiada para mandíbula, com início ao repouso. Dois dias antes do episódio, foi submetida a forte estresse emocional.

O eletrocardiograma demonstrava supradesnivelamento do segmento ST em DI, aVL e V2, além de infradesnivelamento do segmento ST em DIII e aVF. Iniciadas medidas para SCA e encaminhada à coronariografia invasiva, não sendo encontradas lesões obstrutivas.

 A ventriculografia esquerda demonstrava hipocontratilidade acentuada em ápex e segmentos apicais das paredes anterior, septal e inferior, com contratilidade normal dos demais. A troponina apresentou padrão de elevação e queda, com valor máximo de 7.306 pg/ml (referência até 15,2 pg/ml).

O ecocardiograma demonstrou discinesia do ápex, acinesia em segmentos médios e apicais do ventrículo esquerdo e contração normal dos segmentos basais, padrão sugestivo de Takotsubo. 

Realizada ressonância magnética, sendo observado edema miocárdico e realce tardio transmural, de padrão isquêmico, acometendo o território da artéria descendente anterior (ADA). A paciente foi submetida à angiotomografia de coronárias, que revelou a presença de hematoma na parede do tronco da coronária esquerda (TCE), estendendo-se para ADA até o seu terço distal, compatível com dissecção espontânea de coronárias. Apresentou boa evolução clínica em tratamento conservador, assintomática e sem eventos cardiovasculares maiores no seguimento de 1 ano.

Discussão: Os fatores de risco mais frequentes são gestação, displasia fibromuscular, sexo feminino, uso de anticoncepcionais, exercício intenso e estresse emocional, sugerindo-se também associação com migrânea. Embora não seja amplamente validada para a avaliação de dissecção espontânea de coronárias, relatamos um caso em que a angiotomografia elucidou o diagnóstico ao demonstrar espessamento significativo e hematoma parietal em toda a extensão do TCE e da ADA, podendo a mesma se tornar útil na investigação da dissecção espontânea de coronárias.

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