SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Feocromocitoma: relato de caso de um raro e importante diagnóstico diferencial em hipertensão arterial sistêmica secundária

Isabella Frota de Oliveira Moreira, Luisa Teixeira Fischer Dias, João Carlos Geber Júnior, José Carlos Quináglia e Silva, Renata Maria de Almeida Resek
J. C. Quináglia Clínica de Cardiologia LTDA - Brasília - DF - Brasil

Introdução: O feocromocitoma é uma causa rara de hipertensão arterial sistêmica (HAS) secundária, que compreende cerca de 0,6% dos casos, caracterizada por neoplasia das células cromafins da medula adrenal produtora de catecolaminas. Busca-se relatar um caso de HAS de difícil controle e a importância do diagnóstico diferencial com essa doença.

Descrição do caso: JRJ, 59 anos, masculino, portador de HAS há 9 anos, DM2 e ex-tabagista (2,5 maços/ano). Paciente, há 8 anos, iniciou quadro de picos pressóricos, sem fator desencadeante e não controlado com Valsartana e Anlodipino. Nos últimos 3 anos, apresentou perda ponderal de 10 kg, associado à glicemia de jejum elevada, quando foi diagnosticado primeiro com síndrome de resistência insulínica que evoluiu para DM2. Associado ao quadro, há 1 ano, apresentou intensificação dos episódios de cefaléia parietoocciptal pulsátil, quando a medicação anti-hipertensiva foi ajustada, mas ainda sem melhora significativa. Com a suspeita da neoplasia, foram realizados exames que confirmaram o diagnóstico pelas alterações da fração urinária de noradrenalina (921,4µg/24h) e de normetanefrina (2.802µg/24h), junto à tomografia computadorizada (TC) que mostrou nódulo em adrenal direita e cintilografia de abdome total com imagem hipercaptante em topografia de suprarrenal direita. Com isso, confirmou-se o diagnóstico de feocromocitoma com a lesão tumoral medindo cerca de 4,5 x 3,5 x 4,0 cm. A ressecção do tumor foi realizada com sucesso, com remissão completa das crises adrenérgicas. Desde então, o paciente encontra-se normotenso, sem necessitar de anti-hipertensivos, em acompanhamento ambulatorial.

Discussão: O diagnóstico de feocromocitoma costuma atrasar em média 3 anos. A doença pode não apresentar a tríade clássica completa (cefaleia, sudorese profusa e palpitação), bem como pode estar associada à intolerância à glicose e à perda ponderal, como evidenciado no caso do paciente. Após a suspeita, é realizado com exame bioquímico em que se constatada a elevação da metanefrina urinária e plasmática, além do exame de imagem. Prioriza-se a TC para a localização do tumor e o tratamento com a ressecção cirúrgica total. 

Conclusão: O presente trabalho ressalta a importância da suspeição do feocromocitoma em pacientes com HAS de difícil controle, estágio 3, relacionadas a crises de descargas adrenérgicas que nem sempre apresentam a tríade completa. Assim será possível o tratamento adequado aos acometidos, cessando os sintomas e prevenindo as crises adrenérgicas e outras complicações em órgão-alvo.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo