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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Fatores de risco cardiovascular, estilo de vida e determinantes sociais em um estudo populacional transversal na área de uma unidade de Estratégia Saúde da Família

Maíra Machado, Ludmilla de Aragão, Natália Ushijima, Lucas Antequera, Flávia Libório, Amanda da Silva, Carlos Moura, Clara Costa , Sávio Ribeiro, Ana Cristina Fernandes
UNESA Medicina Campus PV - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Fundamento: A influência de fatores socioeconômicos sobre o risco cardiovascular (RCV)

frequentemente é subestimada em estudos epidemiológicos. O objetivo desse estudo é avaliar

a relação entre os principais fatores de RCV e indicadores socioeconômicos em

uma população de adultos entre 20 e 50 anos cadastrados em uma unidade da Estratégia

Saúde da Família no centro do município do Rio de Janeiro.

Métodos: Estudo transversal populacional que incluiu adultos entre 20 e 50 anos residentes

na área de abrangência da unidade ESF no centro do município do Rio de Janeiro. Estudo

aprovado pelo CEP da instituição. No cadastro inicial são registrados dados demográficos

(sexo, idade e estado civil), socioeconômicos (escolaridade, profissão, vínculo empregatício),

fatores de RCV tradicionais (tabagismo, sedentarismo, obesidade, hipertensão, diabetes,

dislipidemia). Todos são submetidos a exames laboratoriais para avaliar o perfil metabólico.

Consideramos baixa escolaridade aqueles que estudaram somente até o ensino médio

completo. Regressão linear avaliou os fatores de RCV que se associaram

independentemente à baixa escolaridade e à ocupação laboral em ambos os gêneros.

Resultados: Foram cadastrados 604 indivíduos [39,1% gênero masculino, idade média: 38,8

(9,0) anos] A mediana de escolaridade foi de 12 anos, sendo que 288 (47,7%) indivíduos

tinham alta escolaridade, sendo 105 (44,5%) do sexo masculino e 183 (49,7%) do feminino.

Um total de 130 (21,5%) não estudam nem trabalham, sendo 26,4% entre as mulheres e 14%

entre os homens.

Mulheres que com baixa escolaridade tiveram maior risco para tabagismo (OR 2,69; IC95%

1,31-5,50, p=0,003), obesidade (OR 1,71, IC95% 1,02-2,87, p=0,02) e hipertensão (OR 1,93,

IC95%: 1,05-3,67, p=0,01) e nenhuma diferença foi encontrada em relação a ter ou não uma

ocupação laborativa. Entre os homens, não trabalhar aumentou o risco de tabagismo (OR

3,15, IC95% 1,33-7,49, p=0,01) e hipertensão (OR 3,21, IC95% 1,39-7,41,p=0,01) e a baixa

escolaridade aumentou o risco de sedentarismo (OR 2,23, IC95% 1,23-4,02, p=0,003) e

hipertensão (OR 1,96, IC95% 1,05-3,67, p=0,02).

Conclusão: O estudo sugere que fatores socioeconômicos como baixa escolaridade e a falta

de ocupação produtiva influenciam o RCV, afetando diferentemente homens e mulheres,

apontando para a necessidade de políticas públicas que revertam este quadro. Nesta

população, encontramos uma associação inversa entre condições socioeconômicas e a

prevalência de fatores de RCV. Mulheres são mais afetadas pela baixa escolaridade,

enquanto os homens pela falta de ocupação laborativa.

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