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Impacto dos produtos finais de glicação avançada (AGE) na prevalência de polineuropatia diabética distal: resultados do Brazilian Diabetes Study

Beatriz Martinelli Luchiari, Gabriela Machado, Marcus Lima, Joaquim Barreto, Vaneza Lira Waldow Wolf, Cynthia Borges, Íkaro Breder, Gil Guerra Júnior, Rodrigo Bueno, Andrei Carvalho Sposito
FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - - SP - BRASIL

Fundamentos: A polineuropatia diabética simétrica distal (PND) corresponde a uma importante causa de incapacidade e amputações. A instalação dessa comorbidade é favorecida pelo acúmulo de produtos finais de glicação avançada (AGE) significativamente mais alto em indivíduos diabéticos. Porém, o impacto de baixos níveis de AGE sobre a ausência de PND ainda não está estabelecido. 

 

Métodos: Foram incluídos indivíduos selecionados a partir do Brazilian Diabetes Study, coorte multicêntrica prospectiva de avaliação de risco cardiovascular em voluntários com diabetes tipo 2. Os pacientes foram submetidos a exames laboratoriais, medidas antropométricas via densitometria por dupla emissão de raios-X (DXA) e coleta de dados demográficos. A presença ou ausência de PND foi avaliada pelo Protocolo Michigan e o acúmulo de AGE foi avaliado por meio do teste de autofluorescência cutânea. As análises estatísticas foram realizadas no SPSS 20, utilizando os testes de Mann-Whitney U, Pearson χ2 e regressão logística binária. Considerou-se analise de significância p valor menor que 0,05. 

 

Resultados: Um total de 147 pacientes foram incluídos nesta análise e estratificados em tercis conforme seus níveis da AGE. A autofluorescência de pele foi significativamente associada à ausência de PND após regressão logística binária (OR: 0,589, 95% IC: 0,386 ; 0,898, p= 0,014). Após o ajuste para tempo de diabetes, o AGE permaneceu significativamente relacionado a ausência de PND (OR: 0,015, 95% IC:0,386 ; 0,902, p= 0,015). Ao estratificar a população em tercil de AGE, observou-se menor prevalência de polineuropatia (2,1%) no tercil com baixo AGE  em comparação com o tercis de AGE moderado (35,7%) e alto (43,8%). A idade dos participantes também mostrou-se significativamente associada à presença de PND (OR: 0.931, 95% IC: 0.883 ; 0.980, p=0.007). Os demais dados antropométricos e laboratoriais não apresentaram associação significativa com a PND, mesmo sendo apontados na literatura como possíveis fatores de risco. 

 

Conclusão: Os indivíduos com baixos níveis de AGE apresentaram menor prevalência de PND, mesmo após longa duração do diabetes. Logo, foi demonstrado que o acúmulo de AGE tecidual está associado à presença de PND e portanto os produtos que levam a sua formação devem ser rigorosamente ajustados. 

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