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Infarto Agudo do Miocárdio por Dissecção Espontânea da Artéria Coronária

Jose Roberto Bustamante Prota, José Alexandre da Silveira, Carla Lantieri, Soraia Damião, Giovana di Gesu, Roberto Douglas , Kamal Yazbek , Rogério Krakauer, João Fernando Ferreira, Antonio Carlos Palandri Chagas
Faculdade de Medicina do ABC - Santo André - São Paulo - Brasil, USCS - Univ. Municipal de S. C. do Sul - São Caetano do Sul - SP - Brasil

Introdução: A dissecção espontânea da artéria coronária (DEAC) é uma entidade rara,  mais frequente em jovens e mulheres, é umas das causas de síndrome coronariana aguda.  Sua etiologia é pouco conhecida e na maioria dos casos os fatores de risco para doeça aterosclerótica coronariana (DAC) estão ausentes. Em mais de 70% das vezes o diagnóstico é feito por necrópsia, pois a mortalidade chega a 40%. O tratamento ideal ainda é incerto. 

 

Relato do Caso: VGS, feminina, 41 anos. Admitida por angina opressiva de forte intensidade, associada a angústia e desconforto respiratório com parestesia dos membros inferiores bilateralmente, seguido de parada cardiorrespiratória após 20 minutos da chegada ao hospital quando foi prontamente revertida. Na sequência o  eletrocardiograma evidenciou supradesnivelamento do segmento ST (DII, DIII, aVF, V4, V5). Foi optado por trombólise com alteplase e  iniciado suporte hemodinâmico com noroadrenalina. Ocorreu reperfusão miocárdica por critérios eletrocardiográficos e clínicos.   Na estratificação invasiva a coronariografia diagnosticou dissecção espontânea de artéria descendente anterior. Foi optado por tratamento clínico conservador e atualmente a paciente segue estável em seguimento ambulatorial.

 

Discussão: A DEAC é uma causa não-aterotrombótica rara. Seu diagnóstico pode passar despercebido devido apresentação clínica de morte súbita ou pela dificuldade de interpretação da angiografia coronariana. Sua etiologia é pouco conhecida, mas pode estar relacionada a reação inflamatória na camada média dos vasos devido a fenômenos auto-imunes de gravidez ou puerpério, síndrome de anticorpos antifosfolipídeos e displasia fibromuscular. O prognóstico e a abordagem terapêutica permanecem incertos. No sexo feminino ocorre predominantemente na artéria coronária esquerda (87%) e  nos homens acomete na faixa etária mais tardia, com presença de fatores de risco para DAC e envolvimento da coronária direita. A intervenção coronária percutânea, a cirurgia de revascularização miocárdica e o tratamento clínico as opções terapêuticas.

 

Conclusão: DEAC é uma doença de difícil diagnóstico, pois não apresenta clínica específica, além de ser um quadro raro. A coronarioangiografia, assim como outros exames de imagens, tornam-se essenciais para sua identificação. A escolha do tratamento depende dos sintomas, área de miocárdio em risco e extensão da dissecção. As alternativas terapêuticas são revascularização cirúrgica, percutânea ou tratamento farmacológico exclusivo, como nesse caso que felizmente obteve desfecho favorável.  

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