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Perfil epidemiológico de pacientes com hipertensão pulmonar de um Hospital Universitário, incluindo crianças e portadores de cardiopatias congênitas

Juliana Cristina Taguchi, Ana Carolina Buso Faccinetto, Gustavo Rocha Feitosa Santos, Yan Sasaki de Assis, Walessa Pereira Mota, Wagner Granelli Jr, João Chaker Saba, Nathalie Jeanne M. Bravo-Valenzuela, Célia Maria Camelo Silva
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: Conquanto a hipertensão pulmonar (HP) em Pediatria apresente características comuns com a doença no adulto, ela difere quanto às etiologias associadas, quadro clínico e prognóstico. Em países em desenvolvimento, a hipertensão arterial pulmonar (HAP) associada à cardiopatia congênita (CC) é a etiologia mais comum, sendo necessária uma abordagem específica para este grupo. 

Método: Seguimento ambulatorial de pacientes incluindo crianças com HAP e portadores de CC adultos e pediátricos em um Hospital Universitário referência no tratamento de HP, de janeiro/2007 a agosto/2019. O diagnóstico de HP foi confirmado por cateterismo em todos os pacientes (pressão média de artéria pulmonar ≥ 25 mmHg). Todos os pacientes foram submetidos a investigação laboratorial e exames de imagem complementar. O seguimento foi trimestral, e em caso de piora clínica, em menor intervalo.

Resultados: Total de 66 pacientes, quatro com abandono de tratamento. 44 (66,6%) do sexo feminino e 22 (33,3%) sexo masculino. Média idade de 32 anos e na população pediátrica 9,9 anos. Síndrome genética foi encontrada em 13 (19,6%) pacientes, sendo a mais prevalente a Sd. de Down (nove pacientes-13,6%).

HAP secundária a CC foi observada em 51 (77,2%) pacientes, destes 31 (60,7%) com Eisenmenger, HAP idiopática em 8(12,1%) e de etiologia mista sete (10,6%).

Entre os pacientes com HP secundária, as CC mais prevalentes foram: Comunicação interatrial (CIA) 20 (40%) e comunicação interventricular (CIV) 12 (26%). Em relação à cirurgia, 26 (52%) nunca foram operados.

Sobre tratamento com vasodilatadores pulmonares: 16 (24,2%) estavam em monoterapia, sendo 14(21,2%) em uso de sildenafila e dois (3%) em uso de bosentana. 23 (34,8%) em terapia dupla, sendo 21(31,8%) em uso de sildenafil e bosentana, e dois (3%) com sildenafil e ambrisentana. Três (4,5%) em terapia tripla (sildenafila, bosentana e prostaciclina inalatória), e cinco com indicação de prostaciclina inalatória aguardando a liberação do tratamento. Em relação a medidas gerais, nove (13,6%) em uso de oxigênio suplementar.

No seguimento, ocorreram sete (10,6%) óbitos: duas crianças com HP idiopática aos 4 e 7 anos, dois pacientes com CC complexa aos 16 e 25 anos, dois pacientes com CIV ampla aos 17 e 37anos e um paciente aos 78 anos com CIA.

Conclusão: O encaminhamento precoce para serviços de referência no tratamento cirúrgico de CC é fundamental para a prevenção da HAP e Sd. de Eisenmenger nos portadores de cardiopatia congênita. O tratamento específico corrobora para melhora da qualidade de vida e sobrevida dos pacientes.

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