SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Infecção viral pelo Influenza A (H1N1) associado a miocardite fulminante: relato de caso

Rafael Alves Franco, Adriely Andrade Rezende, Lucas Trindade Cantu Ribeiro
Hoapital São Luiz - Unidade Itaim - São Paulo - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO: Infeções virais do sistema respiratório, incluindo o vírus Influenza, tem elevada incidência e podem relacionar-se a complicações extrapulmonares graves, como miocardite fulminante. Apresentamos o caso de um jovem com sintomas iniciais de infecção de vias aéreas superiores, com diagnóstico de Influenza A (H1N1) que evoluiu para miocardite fulminante.

RELATO DE CASO: Paciente masculino, 35 anos, previamente hígido, com sintomas de infecção respiratória com início há três dias. Evolui com desconforto respiratório, taquicardia e diplopia, dando entrada no Pronto-Socorro. Realizada coleta de swab nasal com diagnóstico de infecção por influenza A (H1N1).

Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), evolui com sinais de baixo débito cardíaco e necessidade de vasopressores e inotrópicos, ventilação não invasiva, acesso venoso central e pressão arterial invasiva. Ecocardiografia da admissão evidenciou disfunção ventricular importante às custas de hipocontratilidade miocárdica difusa do ventrículo esquerdo (VE) e elevação importante de pressão sistólica pulmonar, confirmando quadro de miocardite fulminante. Frente a deterioração clínica, levantada possibilidade de assistência circulatória mecânica em caso de choque cardiogênico refratário.

Após 48 horas de tratamento com drogas vasoativas, sem ventilação mecânica ou dispositivos de assistência ventricular, evolui com melhora clínica, desmame de vasopressores e inotrópicos, e melhora da congestão com diuréticos. No 5º dia de internação, iniciados beta-bloqueador e inibidor da enzima conversora de angiotensina, com boa tolerância. Recebeu alta da UTI no 7º dia. Realizada ressonância magnética cardíaca que revelou função sistólica global normal, realce tardio em segmentos médio-apical da parede lateral do VE e espessamento pericárdico. Recebeu alta hospitalar no 11º dia de internação, sem sinais de insuficiência cardíaca.

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: Poucos casos de associação entre infecção por Influenza A (H1N1) e miocardite fulminante são descritos na literatura. A maioria dos pacientes são homens jovens, com apresentação inicial desde assintomáticos até disfunção miocárdica grave. Miocardite como complicação extrapulmomar por infecção viral ocorre em menos de 10% dos casos, habitualmente com alterações menores. Miocardite fulminante e tamponamento cardíaco são raros. O reconhecimento de sintomas inicias graves da infecção por Influenza A (H1N1), incluindo complicações extrapulmonares, é extremamente importante para diminuição de sua morbidade e melhora da sobrevida.

 

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo