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Valor da sonotrombólise no tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST: ensaio clínico randomizado sobre seu impacto nos índices de mecânica e função ventricular esquerda

Miguel O. D. Aguiar, Jeane M. Tsutsui, Bruno G. Tavares, Hsu Po Chiang, Alexandre Soeiro, Henrique B. Ribeiro, Carlos E. Rochitte, Roberto Kalil Filho, Thomas R. Porter, Wilson Mathias, JR
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução. Estudos pré-clínicos demonstraram que a utilização de pulsos ultrassônicos com alto índice mecânico (IM), feitas por um transdutor de ultrassom diagnóstico (USD), durante a infusão de um agente de contraste de microbolhas (sonotrombólise), tem o potencial de restabelecer o fluxo coronário e restaurar a microcirculação no infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). A fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e o strain longitudinal global (SLG) são parâmetros de avaliação da função e da mecânica ventricular e têm valores prognósticos estabelecidos no IAMCSST. 

Objetivo. Analisar o impacto da sonotrombólise no tratamento do IAMCSST e seu efeito sobre a mecânica e função do VE por ecocardiografia transtorácica.

Métodos. Cem pacientes com primeiro IAMCSST foram prospectivamente randomizados (1/1) para o grupo Terapia, submetidos à sonotrombólise antes e depois da ICP primária ou para o grupo Controle, apenas a ICP primária. SLG, FEVE e do VE esquerdo foram avaliados por ecocardiograma transtorácico, em momentos pré-determinados desde a chegada até seis meses após o infarto. A taxa de recanalização angiográfica antes da ICP primária e o tamanho do infarto medido pela ressonância magnética cardíaca (RMC), em 72h após a ICP, também foram analisados. 

Resultados. Os tempos porta-balão não foram diferentes (78min±32 minutos no grupo Controle vs 77min±26 minutos no grupo Terapia; p=0,42). A recanalização coronária antes da ICP ocorreu em 24/50 (48%) pacientes do grupo Terapia e em 10/50 (20%) pacientes do grupo Controle (p < 0,001). A comparação da FEVE entre os grupos Terapia e Controle foi: antes da ICP, 45,1%+10,3 vs. 41,8%+10,0 (p=0,130). Após a ICP, 48,1%+10,5 vs. 42,3%+10,4 (p=0,011). Em 72h após a ICP, 49,8%+10,8 vs. 43,8%+11,2 (p=0,013). Após 1 mês da ICP, 51,8%+10,5 vs. 46,1%+11,4 (p=0,017) e, após 6 meses, 52,8%+10,3 vs. 46,6%+12,5 (p=0,013). A comparação do SLG entre os grupos Terapia e Controle foi: após a ICP, 14,1%+4,1 vs.12,0%+3,3 (p=0,012). Após 72h da ICP, 14,5%+3,8 vs.11,7%+3,2 (p<0,001). Após 1 mês da ICP, 15,9%+3,4 vs.13,6%+3,5 (p=0,005) e, após 6 meses, 17,1%+3,5 vs.13,6%+3,6 (p<0,001). No grupo Terapia 30% (13/44) dos pacientes remodelaram o VE versus 55% (24/44) do grupo Controle. O tamanho do infarto foi menor no grupo Terapia (p=0,026). 

Conclusão. A melhora precoce e persistente da função e mecânica do VE nos pacientes tratados por sonotrombólise, associada às maiores taxas de recanalização e menor tamanho do infarto neste grupo refletiram uma resposta positiva desta terapia no IAMCSST.

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