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Obesidade metabolicamente saudável em uma população jovem adulta assistida pela Estratégia da Saúde da Família em um grande centro urbano.

Flávia Libório, Daniella Barbalho, Débora Wandermurem, Fernanda Barradas, Fernando Sampaio, Maria Mourão, Letícia Andrade, Leonardo Ferreira, Ramon Simão, Inah Pecly
UNESA- Medicina Campus PV - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Fundamento: A obesidade vem atingindo populações cada vez mais jovens, e está associada a um alto risco cardiovascular (CV), porém não está claro se a obesidade metabolicamente saudável (MS) possa ter um menor risco CV ou se é apenas uma fase mais precoce da doença. O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência e os fatores de risco CV associados à obesidade metabolicamente saudável ou não em uma população jovem assistida por uma unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF).

Métodos: Trata-se de um estudo populacional transversal para avaliação de risco CV em adultos entre 20-50 anos de uma unidade de ESF em um grande centro urbano. Dados demográficos, antropométricos e fatores de risco CV foram registrados. Todos foram submetidos a 2 aferições da pressão arterial (PA) de consultório, Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), avaliação laboratorial (perfil lipídico e glicídico) e função renal. Foram aplicados questionários de rastreio de AOS: STOP-BANG e Escala de Sonolência de Epworth.

Obesidade foi definida como IMC ≥ 30 kg/m2 e os MS são aqueles que têm menos de 3 dos seguintes critérios: hipertensão arterial (HAS), diabetes, colesterol total ≥ 200 mg/dL, HDL < 40 mg/dL (homens) e 50 mg/dL (mulheres), triglicerídeos > 150 mg/dL e circunferência abdominal aumentada. Análise bivariada comparou os indivíduos com obesidade metabolicamente saudáveis ou não. Foi utilizado o SPSS 19.0.

Resultados: Foram avaliados 632 indivíduos (60% do sexo feminino; média de idade 37 ± 9 anos). A prevalência de obesidade foi 26% (161 indivíduos), dos quais 117 (73%) foram classificados como MS.

Obesos são mais velhos, com maior prevalência de sedentarismo (51% vs 41%, p=0,03), HAS (44% vs 19%, p<0,001), dislipidemia (50% vs 36%, p=0,002) e diabetes  (7% vs 2%, p=0,001) com PA sistólica mais elevada no consultório e na MRPA, além da FC mais elevada. Apresentaram também pior perfil lipídico além de alto risco para AOS avaliados pelos 2 questionários.

Os indivíduos classificados como obesos MS comparados aos não MS são significativamente mais jovens e fumam menos. Apesar de obesos, têm menor IMC (33,6 vs 35,2 kg/m2, p=0,02) e circunferência abdominal (102 vs 110 cm, p=0,03), com menor PA diastólica e menor FC. Como esperado têm menor prevalência de HAS e melhor perfil metabólico, além de menor risco de AOS.

Conclusão: A obesidade MS foi mais prevalente nesta população e parece ter um menor risco CV, porém não está claro se por serem mais jovens e menos obesos, esses indivíduos apenas se encontram em uma fase mais precoce da doença.

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