Introdução: O treino de marcha em esteira tem sido uma promissora terapia no processo de reabilitação de sintomas motores e cardiovasculares em pacientes com Parkinson. Objetivo: Verificar os efeitos de três diferentes protocolos de treino de marcha em esteira no ritmo cardíaco, na velocidade da marcha, na mobilidade e na qualidade de vida de indivíduos com Doença de Parkinson; bem como verificar se há correlação entre o ritmo cardíaco, a mobilidade e a capacidade funcional destes indivíduos. Método: Indivíduos com Doença de Parkinson idiopática, idade superior a 40 anos, nos estágios de I a III da escala de Hoehn Yahr. Avaliação da mobilidade e da capacidade funcional, avaliação da Modulação do Sistema Nervoso Autônomo, avaliação da velocidade da marcha e avaliação da qualidade de vida. Os três diferentes protocolos consistiam em treino de marcha em esteira realizado três vezes por semana, seis semanas consecutivas com duração de 30 minutos cada, totalizando 18 sessões. A análise estatística foi realizada pelo ANOVA One Way com post-hoc de Tukey (p<0,05) e as correlações foram realizadas pelos coeficientes de Pearson e Sperman. Resultados: 21 indivíduos com Doença de Parkinson, divididos em três grupos de treinamento com sete participantes cada. Não houve diferença entre os grupos para as variáveis na avaliação inicial (p>0,05). Os resultados apresentados sugerem que após a realização dos protocolos de treinamento os três grupos apresentaram aumento significativo na distância percorrida no Teste de Caminhada de Seis Minutos passando a caminhar de 75 a 86% da distância prevista no Teste de Caminhada de Seis Minutos. O grupo que realizou o treinamento com estímulo auditivo, apresentou aumento significativo na variável no domínio da frequência Alta Frequência (de 107,92±4,92 para 119,21±6,94, p<0,05) e apresentou correlação significativa entre os dados de avaliação do Teste de Caminhada de Seis Minutos e do Teste de Caminhada de 10 metros com o índice linear da variabilidade da frequência cardíaca no domínio da frequência Alta Frequência. Conclusão: Os três protocolos de treino de marcha em esteira provocaram aumento significativo na capacidade de caminhar e o treino em esteira associado ao estímulo auditivo melhorou significativamente a modulação autonômica do coração de indivíduos com doença de Parkinson.
