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Análise das indicações de angioplastias em doença arterial coronariana estável: seguimos as diretrizes?

Caroline Roberta Moreno, Juliana Monteiro Alonso, Murillo de Oliveira Antunes, Stéfany Cesarin Moura, Tibério Augusto Oliveira Costa
Universidade São Francisco - Bragança Paulista - SP - Brasil, Hospital Universitário São Francisco de Assis - Bragança Paulista - SP - Brasil

Introdução: Cada vez mais, à luz das melhores evidências científicas, sabe-se que a Intervenção Coronária Percutânea (ICP) na Doença Arterial Coronariana (DAC) estável não possui superioridade ao tratamento medicamentoso em relação à mortalidade e sobrevida, apenas na angina refratária. Assim, o American College of Cardiology Foundation publicou em 2012 a diretriz que orienta o uso racional para indicação de ICP, classificando em apropriadas, raramente apropriadas e inapropriadas. Tal recomendação tem o potencial de impactar as decisões clínicas, a qualidade da assistência médica e as políticas de saúde por meio do uso eficiente dos recursos. Objetivo: Analisar a apropriação das coronariografias realizadas em um hospital universitário da região Sudeste do Brasil, de acordo com a diretriz de 2012. Métodos: Estudo observacional, transversal e unicêntrico, que avaliou as indicações das ICP realizadas em um hospital universitário do Sistema Único de Saúde (SUS) pelos médicos cardiologistas, no período de fevereiro a dezembro de 2019. Conforme a diretriz, cada indicação recebeu um escore médio de 1 a 9, sendo classificada como apropriada quando entre 7 e 9, ocasionalmente apropriada quando entre 4 e 6 e raramente apropriada quando entre 1 e 3. Resultados: Dos 100 pacientes com DAC estável submetidos à angioplastia, 75% eram do sexo masculino, sendo a média da idade da amostra total de 62,7 anos. Analisando os fatores de risco, 32% eram portadores de Diabetes Melittus tipo II, 72% de hipertensão arterial, 51% de dislipidemia e, por fim, 31% eram tabagistas. Em relação aos sintomas, 40% eram assintomáticos e apenas 16% referiam angina CF III-IV. O teste isquêmico positivo foi encontrado em 40% das mulheres e 25,3% dos homens, porém 64% do total não possuía o teste prévio. Apenas 33% faziam uso de terapia antianginosa apropriada (em uso de 2 ou mais medicações antiangionosas), dentre os quais 34% utilizavam nitratos. Dentre os pacientes da amostra, 24% eram triarteriais, havendo estenose em tronco da coronária esquerda em 1%. Em relação à apropriação, somente 47% foram classificadas como apropriadas, 37% raramente apropriadas e 16% inapropriadas segundo a diretriz de 2012, considerando as variáveis acima. Conclusões: O grande número de angioplastias raramente apropriados ou inapropriadas demonstram que os cardiologistas desconhecem e/ou não seguem as orientações das diretrizes para indicação deste procedimento na DAC estável. Tal fato, além de submeter os pacientes a riscos desnecessários, contribui diretamente para onerar e inflar os custos hospitalares no SUS.

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