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Estenose mitral importante em octagnário: associação rara de difícil manejo

Afonso Dalmazio Souza Mario, Arthur Cicupira, Gabriela Scopel, Francisco Eberth, Najila Colombo, Edwin Vasquez, Leticia Solon, Vinícius Popp, Vitor Emer Rosa , Flávio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Estenose mitral (EM) em octagenário é uma entidade rara e complexa. A EM reumática continua sendo a principal etiologia em países em desenvolvimento, enquanto nos países desenvolvidos observa-se aumento na incidência de EM degenerativa associada à calcificação do anel mitral (CAM) que se desenvolve em pacientes idosos. O manejo das valvopatias em idosos é um desafio por representar população com múltiplas comorbidades que elevam o risco das intervenções.

Relato de caso: Paciente de 82 anos, masculino, início de dispneia aos esforços habituais há 1 ano, sem outras queixas. Antecedentes: hipotireoidismo e tabagismo. Ao exame físico foi evidenciado ritmo cardíaco irregular, estalido de abertura e sopro diastólico em foco mitral em ruflar. Sem outras alterações ao exame. Eletrocardiograma apresentava fibrilação atrial. Radiografia de tórax demonstra aumento de átrio esquerdo. No ecocardiograma apresenta aumento importante de átrio esquerdo, valva mitral com fusão comissural, espessamentos de suas cúspides, redução de abertura valvar e área valvar de 1,1 cm². Apresenta insuficiência mitral discreta e escore ecocardiográfico de Wilkins de 7. Insuficiência tricúspide moderada e pressão sistólica de artéria pulmonar de 36mmHg. Após avaliação inicial, ficou definido que o paciente apresenta EM mitral importante de etiologia reumática sintomática e indicada a valvoplastia mitral por cateter balão (VMCB).

Discussão: A EM reumática pode permanecer assintomática por longo período, usualmente acarretando sintomas na idade adulta. Nesse caso, o paciente iniciou quadro clínico de EM apenas na 8ª década de vida e o ecocardiograma demonstrou característicos sinais de acometimento reumático, sem CAM. A VMCB é considerado o tratamento de escolha para pacientes com EM reumática com escore ecocardiográfico favorável e sem contraindicação. Idosos possuem maior incidência de CAM o que poderia aumentar a chance de complicações do procedimento via cateter. Paciente descrito, apesar de octagenário, não apresentava fragilidade ou disfunções orgânicas que poderiam elevar de forma importante o risco cirúrgico, fortalecendo a indicação da VMCB.

Conclusão: EM reumática com início de sintomas em idosos é um entidade rara e seu tratamento deve ser individualizado uma vez que essa população apresenta características que podem dificultar os tratamentos convencionais (CAM, fragilidade, disfunções orgânicas). Dessa forma, o acompanhamento com equipe especializada em valvopatias se faz necessário para garantir o melhor tratamento para esse subgrupo de pacientes.

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