Introdução: A hipertensão arterial sistêmica leva à hipertrofia miocárdica com evolução gradual para insuficiência cardíaca. Entre os fatores que favorecem a progressão para a insuficiência cardíaca, destacam-se o desequilíbrio metabólico-energético e do estado redox do miocárdio, alterações que podem ser atenuadas pelo exercício físico. Objetivo: Avaliar os efeitos do exercício físico sobre o metabolismo lipídico e o estresse oxidativo no miocárdio de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) com hipertrofia compensada. Métodos: Ratos Wistar e SHR com 13 meses de idade foram divididos em 4 grupos: normotenso sedentário (W-SED, n=27), normotenso exercitado (W-EX, n=31), SHR sedentário (SHR-SED, n=27) e SHR exercitado (SHR-EX, n=32). O exercício foi realizado em esteira, 5x/semana por 16 semanas. O metabolismo energético foi avaliado pela atividade enzimática da citrato sintase (CS), lactato desidrogenase (LDH) e β-hidroxi-acil CoA desidrogenase (BHAD). A atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase e a concentração do hidroperóxido de lipídio foram avaliadas por espectrofotometria. A atividade da NADPH oxidase foi mensurada pela redução da lucigenina. Análise estatística: ANOVA e Bonferroni (p<0,05). Resultados: A atividade da BHAD foi menor e da LDH maior no grupo SHR-SED que no W-SED. A atividade da CS e da BHAD foi maior e da LDH menor no SHR-EX que no SHR-SED. A atividade das enzimas antioxidantes foi menor no SHR-SED que no W-SED e a atividade da SOD e CAT foi maior no SHR-EX que no SHR-SED. A concentração de hidroperóxido de lipídeos foi maior nos grupos hipertensos que nos respectivos controles. A atividade da NADPH oxidase não diferiu entre os grupos. Conclusão: O exercício físico melhora a beta oxidação e o estresse oxidativo, e aumenta a atividade das enzimas antioxidantes no miocárdio de ratos espontaneamente hipertensos. Apoio: FAPESP, CNPq, CAPES e UNESP.
